Uma pesquisa feita no Reino Unido encontrou respostas surpreendentes
As revistas femininas, pelo menos aquelas posicionadas estrategicamente nos caixas dos supermercados, parecem obcecadas com a propriedade que o sexo e os chocolates têm de produzir euforia. As revistas masculinas parecem focadas nas mais recentes “ótimas ideias” para torná-los desejados pelas mulheres e invejados pelos outros homens.
Mas um novo estudo sugere que os homens e as mulheres poderiam se sentir melhor se… olhassem os álbuns de família.
Uma pesquisa da Opinion Matters ouviu 2.040 adultos no Reino Unido e descobriu que 80% dos entrevistados "eram mais felizes quando relembravam os velhos tempos passados com amigos e familiares".
O chocolate (com 17%) e "até mesmo sexo (38%)" ficaram atrás das lembranças (45%) na lista das “fontes de maior e mais prolongado impulso emocional”.
E quais são os eventos que produzem as lembranças mais felizes?
1. O nascimento dos filhos, citado por 45% dos entrevistados;
2. Uma determinada viagem de lazer ou férias, para 32%;
3. O encontro com o(a) parceiro(a), para 30%;
4. Natal, aniversários e outras celebrações (% não informado);
5. O dia do casamento, citado por 20%.
A "lembrança favorita" menos popular foi a promoção no trabalho, citada por apenas 4% dos entrevistados.
A pesquisa também perguntou sobre o tipo de lembrança que tem “maior poder emocional” para o entrevistado e descobriu que “olhar fotos antigas de momentos felizes” vem em primeiro lugar, para 53% das pessoas. “Recordar o passado em conversas com parentes” ocupa o segundo lugar, com 36% de menções. Em terceiro lugar, para 25% dos entrevistados, “ver fotos de pais e avós”.
O realizador do estudo, Richard Grant, divulgou os resultados junto com o lançamento do Lifetile, um serviço online gratuito, criado por ele, que permite aos usuários "reconstituir e organizar com segurança a história da sua vida e compartilhá-la, inteira ou em partes, com as pessoas que mais lhe importam". Ele comenta:
“Chegamos a uma época em que estamos tão ocupados capturando tudo no mesmo instante em que acontece que corremos o risco de perder de vista o porquê de estarmos fazendo isso! Esquecemos de parar e olhar para trás, para a história da nossa vida, para as coisas que realmente importam, e ficamos indo de uma atualização para a próxima no nosso status nas redes sociais”.
Mas por que as lembranças boas são experiências mais interessantes do que as vivências atuais, que deveriam nos parecer mais vivas? A neurociência explica que as nossas mentes reveem e embelezam as nossas memórias, tornando-as menos factuais e, talvez, mais felizes (ou mais assustadoras) do que de fato foram.
Eu acho, porém, que a resposta está no fato de que os chocolates e a intimidade sexual (mesmo dentro do casamento) não chegam perto de satisfazer os anseios mais profundos do coração humano; pelo menos não durante muito tempo. A felicidade duradoura está no dom de si mesmo, no ato de oferecer e receber verdadeiro amor, aquele amor sacrificial, em que os interesses e as necessidades do outro (e de muitos outros, espera-se) são colocados à frente dos nossos próprios. O papa João Paulo II identificou exatamente nisto o sentido da vida humana.
No nascimento do primeiro filho, eu acho que a maioria dos pais se sente atingida por uma avalanche de emoções que eles nunca tinham experimentado antes: um amor (deveria haver outra palavra, específica só para isso!) palpável por aquela pequena criatura que eles agora estão segurando nos braços… Depois do nascimento do meu primeiro neto, a minha filha me confidenciou: "Eu nunca tinha entendido até hoje o quanto você realmente me ama". E os nascimentos seguintes foram todos recapturando aquela alegria na união dos membros da família.