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O 2016 do papa Francisco: menos viagens, mais consolidação das reformas

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Jaime Septién - publicado em 04/01/16

Objetivo é fortalecer a conversão interior oferecida pelo Jubileu da Misericórdia

2015 foi vertiginoso para o papa Francisco: viagens à Ásia, América do Sul, África, Estados Unidos e Cuba; publicação da encíclica Laudato Si’ e um sem-número de manifestações a respeito da “ecologia humana”; abertura da Porta Santa no Ano da Misericórdia; encerramento do Sínodo da Família… Já o 2016 do papa, na visão do prestigioso semanário católico norte-americano Our Sunday Visitor, será um ano decisivo mais para as reformas empreendidas do que para expandir a presença da Igreja em lugares ainda não visitados por um pontífice.

Um artigo assinado por Austin Ivereigh no semanário observa que muitas das reformas do papa foram apenas tocadas em 2015 e algumas “dão sinais de estancamento”. Ivereigh é autor do best-seller “The Great Reformer” (“O Grande Reformador”), sobre Francisco e suas reformas históricas na Igreja.

Por enquanto, os principais temas da agenda do papa Francisco para 2016 (ano do seu 80º aniversário de nascimento) são estes:

  • 2 de fevereiro, Dia da Vida Consagrada: encerramento do Ano da Vida Consagrada
  • 10 de fevereiro, Quarta-Feira de Cinzas: envio dos Missionários da Misericórdia para todo o mundo
  • 12 a 17 de fevereiro: visita ao México
  • 26 a 31 de julho: visita a Cracóvia, na Polônia, para a Jornada Mundial da Juventude
  • 20 de novembro: encerramento daquele que, para muitos, é a verdadeira reforma do papa Francisco: o Jubileu da Misericórdia, com significativo número de atos públicos.

Segundo Ivereigh, houve durante 2015 “consideráveis progressos nas áreas-chave da reforma do Vaticano, nas mudanças no governo e na conversão pastoral e missionária da Igreja ao longo do Sínodo (da Família)”.

Para 2016, Ivereigh prevê “menos novas iniciativas e mais consolidação da conversão interior oferecida pelo Jubileu da Misericórdia”.

Ano decisivo

2016 terá menos viagens internacionais e menos visitas a cidades italianas. O Vaticano adiou para 2017 a visita do papa a Milão, antes prevista para maio deste ano. A razão oficial é que o papa terá de estar em Roma para receber os fiéis peregrinos no Ano da Misericórdia. Mas existe outra razão de peso que os círculos próximos do papa comunicaram ao autor: que o plano de cinco anos que ele tinha para fazer as reformas se estendeu para sete e que as viagens já são pesadas na sua idade. O próprio Francisco declarou aos jornalistas, na volta da África, que “pode sobreviver” às viagens, mas que elas deixam marca na sua constituição física.

Há diversas visitas ainda sem confirmação: à Armênia em abril; ao Peru, Colômbia e Venezuela; à Argentina, Chile e Uruguai, viagem que, porém, pode ser combinada com a visita que ele fará ao Brasil em 2017 por ocasião dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida.

O México será uma prova extenuante para Francisco, já que o clima de violência no país, especialmente contra os sacerdotes, assim como as questões migratória e indígena, exigirão uma preparação muitíssimo cuidadosa.

Cracóvia também será emblemática, por unir o Ano da Misericórdia com São João Paulo II e Santa Faustina Kowalska, ambos arautos da misericórdia.

Por fim, Ivereigh destaca a importância que terão em 2016 dois postos cruciais da Santa Sé na reforma da cúria e das finanças e na presença da Igreja na mídia: o secretariado de Economia, presidido pelo cardeal George Pell, “que continuará pressionando pela transparência”, e o secretariado de Comunicação, encabeçado por dom Dario Viganó e no qual já foi anunciada a aposentadoria do padre jesuíta Federico Lombardi, atual porta-voz do papa.

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