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Regime sírio autoriza o acesso da ajuda humanitária à cidade síria sitiada

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ABO SHUJA

Agências de Notícias - publicado em 08/01/16

Um morador colocou à venda seu carro pelo preço de 10 quilos de arroz. Não conseguiu vendê-lo e um familiar seu morreu por falta de comida

O governo da Síria concedeu nesta quinta-feira permissão para as Nações Unidas entregarem ajuda humanitária a três localidades que se encontram sitiadas, incluindo a cidade de Madaya, perto de Damasco.

“A ONU comemorou hoje a autorização do governo da Síria para ter acesso à Madaya, Fua e Kafraya”, afirma o organismo em um comunicado.

“E se prepara para entregar ajuda humanitária nos próximos dias”, afirmou ainda.

Segundo a ONU, há relatórios sobre pessoas que morrem de fome em Madaya. A última vez que os comboios humanitários tiveram acesso às cidades rebeldes de Zabadani e Madaya, assim como nas localidades de Fua e Kafraya, foi em 18 de outubro.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ao menos 10 pessoas morreram pela falta de medicamentos e de comida. Outras treze pela explosão de minas colocadas pelas forças do regime ou por francoatiradores quando tentavam sair da cidade em busca de comida, afirma esta ONG.

O OSDH afirma que as forças pró-governamentais seguiram colocando minas e cercas ao redor de Madaya após o acordo concluído em setembro.

“Muitos habitantes comem plantas para sobreviver ou precisam pagar quantias elevadas nos postos governamentais para obter comida”, explica Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.

“Um morador inclusive colocou à venda seu carro pelo preço de 10 quilos de arroz. Não conseguiu vendê-lo e um familiar seu morreu por falta de comida”, continua.

Segundo o OSDH, cerca de 1.200 habitantes sofrem de doenças crônicas e mais de 300 crianças de desnutrição ou outros problemas de saúde.

Em Madaya falta tudo, resume Pawel Krzysiek, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que entrou na localidade em outubro. “As pessoas estão há muito tempo sem alimentos básicos, sem medicamentos básicos, sem eletricidade nem água (…) Vi a fome em seus olhos”.

Um mês depois da entrada em vigor do cessar-fogo de seis meses entre as partes em conflito, a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho sírio ajudaram a transportar alimentos e medicamentos a Madaya e a Zabadani (sudoeste), assim como a Fua e Kafraya, dois povoados xiitas da província de Idleb (noroeste), ainda sob controle do exército.

Em virtude deste acordo, cerca de 450 combatentes e civis foram evacuados em dezembro de Zabadani, Fua e Kafraya.

As forças governamentais dispõem de meios aéreos para fornecer água a Fua e Kafraya, mas os rebeldes não podem fazer o mesmo em Madaya.

(AFP)

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