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Humanos e porcos

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Aleteia Brasil - publicado em 12/02/16

Quando erroneamente chamamos alguns dos nossos irmãos humanos de "porcos", estamos ofendendo não esses seres humanos, mas sim os porcos

Os temporais que desabaram sobre São Paulo no último fim de semana constituíram uma tragédia que matou mais de duas dezenas de brasileiros e aumentou o sofrimento de centenas de famílias que perderam boa parte de seus bens.

Tão trágico quanto isto é saber que essas tragédias reincidentes são evitáveis e só se repetem por culpa humana: tanto o poder público negligencia obras e medidas de segurança quanto a própria população insiste em sabotar a si mesma com faltas clamorosas de cidadania.

A foto ilustrativa é de um ponto turístico da cidade de Salto, SP, inundado não só por água poluída, mas também por outro mar de garrafas pet, pedaços de madeira e dejetos de todo tipo, que “ALGUÉM” jogou no Rio Tietê.

Enchente em Salto, SP

Trata-se da mesma irresponsabilidade crônica que também está por trás da atual superproliferação de mosquitos transmissores da dengue, do zika vírus e da chikungunya: o desleixo da população.

Diante deste espetáculo que não há como justificar, não falta quem chame os (ir)responsáveis de “porcos”.

No entanto, encontramos na internet, sem indicação de autor, um texto que achamos muito oportuno a propósito de “porquice”. Compartilhá-lo é um gesto de cidadania. Diz o texto:

Os porcos são animais inteligentes e sociáveis. Gostam de dormir deitados uns quase em cima dos outros para se esquentarem nas noites frias. Com os humanos, são até amáveis. Dificilmente têm variações de humor. Não raro se deitam para ser coçados como quem quer afago. Seu ronco é uma espécie de vocalização para se comunicarem com os humanos. Se estão com sede ou fome, e seu dono negligencia a sua ração, eles se põem quase de pé na cerca do chiqueiro e chamam. Agora, uma porca que acaba de parir é bravíssima como uma onça e ataca furiosa quem se aproxima dos seus leitõezinhos. Aliás, os leitõezinhos, assim que nascem, “demarcam” a teta da qual vão mamar – e mamam sempre e somente na mesma teta.

E esta não é a única “demarcação” instintiva que os porcos fazem.

Nos chiqueiros, os porcos determinam um canto que será o “banheiro”. E todos, sem exceção, somente defecam e urinam naquele espaço reservado.

Cachorros e gatos procuram enterrar seus excrementos cobrindo-os de terra, mas os porcos são os únicos animais do mundo irracional que têm o instinto de demarcar um espaço exclusivo para as finalidades sanitárias dentro do chiqueiro.

Criadores de porcos, quando lavam os chiqueiros, costumam aplicar um truque: eles limpam o chiqueiro todo, mas mantêm uma pequena quantidade de excremento dos porcos em um dos cantos – o canto oposto ao dos cochos. Assim, fica garantido que os animais não vão defecar perto de onde comem, mesmo que o espaço seja pequeno. E se o dono do chiqueiro mantiver as instalações limpas e decentes, perceberá o quanto os porcos são animais asseados.

A má fama dos porcos como sujos é equivocada. Até o costume suíno de se enlamear é uma artimanha evolutiva para criarem uma “capa de barro”, que os protege do frio, dos insetos e do sol.

Assim, quando erroneamente chamamos alguns dos nossos irmãos humanos de “porcos”, estamos ofendendo não esses seres humanos, mas sim os porcos.

Deveríamos conhecer melhor os simpáticos e surpreendentes suínos.

Mais ainda: poderíamos aprender com eles a cuidar melhor do lugar em que vivemos.

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