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Vem Pra Rua prepara protesto contra ‘impunidade’ no Brasil

Bandeira do Brasil 2

Fábio Pozzebom/ABr

Bandeira do Brasil na Praça dos Três Poderes (Brasília)

Agências de Notícias - publicado em 08/03/17

Neste momento o Brasil volta a olhar para as delações premiadas de 77 executivos da empreiteira Odebrecht

O movimento Vem Pra Rua, que mobilizou milhões de brasileiros contra Dilma Rousseff, convocou um protesto para 26 de março contra aliados do presidente Michel Temer, que tentam se salvar de investigações de corrupção.

Com a frase “Chega de impunidade”, o Vem Pra Rua denuncia a tentativa de membros do Congresso “de sair impunes, utilizando prerrogativas legislativas”, disse seu líder, Rogério Chequer, em entrevista por telefone à AFP.

Temer “escolheu pessoas equivocadas e está perdendo uma grande chance de ser um interlocutor direto da sociedade”, assinalou o empresário de 48 anos.

Em dezembro, o Vem Pra Rua mobilizou seus partidários contra o então presidente do Senado Renan Calheiros, que enfrenta um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por desvio de dinheiro público, e que foi denunciado pela Operação Lava Jato.

Chequer considera que a manifestação será “um grande sucesso” se superar a de dezembro, que segundo o Vem Pra Rua mobilizou 200.000 pessoas em São Paulo e um milhão em todo o país.

Neste momento o Brasil volta a olhar para as delações premiadas de 77 executivos da empreiteira Odebrecht, uma das principais envolvidas no caso de corrupção da Petrobras.

Os primeiros vazamentos das chamadas “delações do fim do mundo” mencionaram Temer e apontaram para vários de seus principais colaboradores e aliados.

O presidente Michel Temer já perdeu seis ministros por causas relacionadas à Lava Jato e teve que bloquear, pela pressão social, várias tentativas de membros do Congresso para impedir as denúncias que se aproximam.

Ética e “Estado eficiente”

O Vem Pra Rua, acusado pela esquerda de ter aberto caminho para um “golpe parlamentar” contra Dilma, defende em sua plataforma “a democracia, a ética na política e um Estado eficiente e desinchado”.

Segundo Chequer, esses objetivos correm o risco de se chocarem.

“Primeiro o combate à corrupção, segundo é a renovação política. Se não reformamos nosso Congresso, até as reformas atuais estão em risco”, adverte.

Isso se deve, explica, à possibilidade de que as medidas de austeridade aprovadas agora sejam revertidas por uma nova maioria em 2019.

A renovação, insiste, acontecerá nas eleições, pois o Vem Pra Rua não vê “nenhum argumento” para tornar o “Fora Dilma” de ontem em um “Fora Temer”.

Mas Chequer não poupa críticas às últimas nomeações apoiadas por Temer: o novo presidente do Senado, Eunício Oliveira, que está na mira da Lava Jato.

As últimas pesquisas visando as eleições de 2018 colocam o ex-presidente Lula como o favorito, porém Chequer não acredita que a um ano e meio da votação essas pesquisas sejam significativas. Deve-se dar “tempo ao tempo”, se limita a dizer, esperando que os brasileiros decidam sacudir a “velha política”.

Chequer descarta que a “nova política” possa ser feita pelo juiz Sergio Moro. “Moro está tendo um papel fundamental, que ele permaneça onde está”, responde.

E quando é questionado sobre ter alguma aspiração à Presidência, responde: “não está nos meus planos”.

(AFP)

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