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“Nem sequer um cristão cedeu às ameaças para se converter ao islã”

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Aleteia Espanha - publicado em 14/06/17

Testemunho de dom Alberto Ortega, núncio apostólico no Iraque

O núncio apostólico no Iraque, dom Alberto Ortega, testemunhou nesta segunda-feira, durante uma conferência na cidade espanhola de Valência, que “a perseguição e o martírio uniram muito os cristãos no Iraque (…) Não conhecemos nem sequer um só caso de cristão que tenha sucumbido às ameaças do Estado Islâmico para se converter ao islamismo”.

O núncio recordou que o grupo terrorista dava três possibilidades aos cristãos após invadir as suas cidades e bairros no Iraque: “converter-se ao islã, pagar um imposto ou ser expulsos. A maioria foi embora, perdendo tudo. Os que voltaram [no caso das áreas libertadas] acharam suas casas destruídas, queimadas. Está sendo muito duro”.

Um papel crucial da Igreja no Iraque “está sendo o de ajudar, pagar o aluguel de casas provisórias, construir hospitais e igrejas”. Dom Alberto destaca em particular o trabalho da Cáritas e da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre.

Os cristãos que tiveram de fugir do Estado Islâmico “não lamentam o que sofreram, porque até têm palavras de perdão e rezam pela conversão de quem os expulsou. Eu perguntei aos cristãos perseguidos de lá o que eles esperam dos cristãos do Ocidente e tive a surpresa de ouvi-los responder que não querem dinheiro ou ajuda, mas sim que nós vivamos a nossa fé, porque é isso o que os ajuda de verdade”.

Dom Alberto Ortega, membro do movimento Comunhão e Libertação, nasceu em Madri há 54 anos e foi ordenado sacerdote em 1990 pelo então arcebispo da capital espanhola, o cardeal Ángel Suquia Goicoechea. Começou a trabalhar no Serviço Diplomático da Santa Sé em 1997 como conselheiro da nunciatura apostólica da Nicarágua. Também foi secretário das nunciaturas da África do Sul e do Líbano. Em 2004, passou para a Secretaria de Estado da Santa Sé e, em 2007, se tornou diretor da Secretaria para as delegações do Norte da África e da Península Arábica, chefiando a seção de Relações com os Estados e participando de negociações para solucionar o conflito Israel-Palestina. Em 1º de agosto de 2015, o Papa Francisco o nomeou núncio apostólico na Jordânia e no Iraque.

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Estado IslâmicoMundoPerseguição
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