Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 26 Abril |
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Desemprego entre jovens ainda desafia Europa

Teenagers praying

Philippe Lissac / Godong

Agências de Notícias - publicado em 01/02/18

A economia da zona do euro avança a todo vapor – seu crescimento chegou em 2017 ao nível mais alto em dez anos -, mas a recuperação não alcançou os jovens. A taxa de desemprego entre eles é superior aos níveis pré-crise econômica mundial.

Segundo dados do escritório europeu de estatísticas Eurostat, o índice de desemprego entre os menores de 25 anos na zona do euro em dezembro de 2018 (17,9%) é o dobro da taxa geral (8,7%).

Apesar de uma queda constante do máximo de 24,7% alcançado em fevereiro de 2013, no pior momento da recessão na zona do euro, o desemprego juvenil continua acima dos 15,1% de fevereiro de 2008, antes da quebra do Lehman Brothers, que levou à crise da dívida.

A desocupação entre os jovens, contudo, tende a ser superior ao geral por motivos estruturais, já que eles chegam sem nenhuma experiência ao mercado de trabalho.

“Sua inserção é uma sucessão de testes e erros que precisa de várias idas e vindas ao desemprego, antes de encontrar um posto adequado”, resume Stéphane Carcillo, economista da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

– Mais sensíveis à conjuntura –

Com a recuperação econômica, que começou no final de 2013, o desemprego como um todo, que atingiu um pico de 12,1% entre abril e junho de 2013, também caiu. Mas o desemprego juvenil é mais “sensível à conjuntura” por causa da “flexibilidade dos contratos”, segundo Carcillo.

“Quando a economia avança, as empresas assinam contratos rapidamente de entre três e seis meses. Quando ela patina, eles se desfazem de seus trabalhadores temporários”, diz o economista da OCDE.

A situação dos ativos com menos de 25 anos nos 19 países da zona do euro é desigual. A Alemanha, a principal economia europeia, registrou desemprego juvenil de 6,6% em dezembro de 2017, e a Áustria, de 9,3%, bem abaixo do dos países do sul da Europa.

Nestes, mais atingidos pela crise da dívida, a taxa foi superior a 20% em dezembro de 2017: 40,8% na Grécia (dados de outubro), 36,8% na Espanha, 32,2% na Itália e 22%,1% em Portugal.

– ‘Garantia’ limitada –

Em um estudo publicado em novembro de 2017, a Fundação Bertelsmann apontou que, na Grécia, a taxa de desemprego juvenil de longo prazo (mais de 12 meses) aumentou, “passando de 6,5% em 2008 para 22,9% em 2016”.

Em 2013, os líderes europeus mobilizaram-se para criar o programa “Garantia para a Juventude”, financiado pelo orçamento comunitário, que propôs uma formação, ou um trabalho, nos quatro meses seguintes ao fim dos estudos ou à perda de um emprego.

Seu efeito foi limitado. “Você não vê isso nas estatísticas”, diz Brenke. Menos duro, Carcillo acredita que, pelo menos, servirá para chamar a atenção para este problema.

“Além do problema do desemprego, há também a questão da remuneração desses jovens e suas perspectivas de longo prazo”, diz Dhéret, que ressalta que “essa é a primeira geração que acredita que vai ficar pior economicamente que seus pais”.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) concorda. Em um estudo publicado há uma semana, ele ressalta que, desde 2007, “a diferença de renda entre gerações na Europa aumentou em detrimento dos jovens” e que “sem uma política adequada”, “uma geração inteira nunca se recuperará”.

O relatório acrescenta: “Para reduzir o risco de que os jovens empobreçam e percam seus rendimentos para a vida, é essencial facilitar sua integração ao mercado de trabalho”.

(AFP)

Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia