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Santa Bakhita: a santa da esperança cristã

Sainte Josephine Bakhita

© Public Domain

A12 - publicado em 05/02/18

Ela tinha todos os motivos para se revoltar com o mundo. Mas preferiu seguir o caminho da santidade

Negra, sudanesa, vendida várias vezes como escrava, passando por vários senhores que a maltrataram de diversas formas. Bakhita é um modelo de pessoa que pareceria ter todos os motivos para se revoltar com o mundo e com as pessoas. Um modelo que mostraria que a humanidade não tem mais jeito, que trata seus irmãos como objetos sem dignidade. Um modelo que, no final das contas, decreta que o que vale realmente na vida é a lei do mais forte. Mas contra todas as expectativas mundanas, a santa é para nós modelo de esperança cristã. Como pode ser?

Mais tarde em sua vida, depois de ter passado por várias experiências negativas de escravidão e sendo já religiosa canossiana, ela consegue olhar pra trás e dizer que inclusive beijaria as mãos de seus antigos captores, porque se não fosse a sua passagem por todos eles, não teria conhecido quem agora era seu único patrão, esse Deus bom, que a ama incondicionalmente e que seu coração buscava desde criança quando contemplava o sol e perguntava quem era o “patrão” de tudo aquilo.

Essa atitude nos lembra a passagem bíblica que narra a reação de alguém que encontra a pérola mais valiosa e vende tudo para adquiri-la. Bakhita, ao encontrar esse Senhor bom e definitivo, julga que toda a sua vida anterior merece ser deixada para trás, a fim de entregar-se completamente a Deus. É nesse momento que seu nome (Bakhita não é seu nome verdadeiro, mas um nome dado por um dos mercadores de escravos e que significa “afortunada”) se mostra profético. Ela se descobre verdadeiramente afortunada ao descobrir que por mais maldade que possa existir no mundo, existe também esse “patrão bom” que a ama infinitamente e que a convida a seu serviço.

Em que momento ela “vendeu tudo”? Talvez seja quando manifestou sua vontade de permanecer com as religiosas quando a família que servia voltou da África e a foi buscar. Depois de ter tido essa experiência cristã e ter se encontrado pessoalmente com o Senhor Jesus, ela já não via como poderia voltar a servir outros patrões. Mais ou menos como aquela outra passagem Bíblica na qual Jesus chama dois discípulos para “vim e ver” onde ele morava e passar uma tarde com Ele. Depois dessa experiência, eles saem já transformados, anunciando aos seus que tinham encontrado o Messias. Bakhita, depois de batizada e de ter comungado do senhor Eucarístico, encontrou o sentido de sua vida.

Em um mundo que parece ter muita dificuldade de encontrar esperanças, Josefina Bakhita nos mostra a todos onde está a verdadeira e única esperança cristã. Atualmente, negros continuam a ser alvo de racismo, a serem perseguidos. A eles, se somam vários cristãos que são perseguidos pela sua fé em países que não possuem liberdade religiosa. Recentemente vimos a nossa vizinha Bolívia iniciar um processo que quer criminalizar o anúncio do Evangelho. Ou seja, vivemos em um mundo no qual se persegue crescentemente liberdades consagradas das pessoas. Diante dessa possibilidade de escravidão (Tanto física como espiritual), a santa sudanesa renova a nossa esperança em Deus, o único patrão que realmente liberta aqueles que o servem.

Por Ir. João Antônio Johas, via A12

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