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5 mentiras sobre o Papa Francisco

POPE FRANCIS GENERAL AUDIENCE

Antoine Mekary | ALETEIA | I.MEDIA

Esteban Pittaro - publicado em 14/03/18

E todas têm a ver com a Argentina, seu país de origem

No dia 13 de março de 2018, o Papa Francisco completou cinco anos de pontificado. Uma data para ficar na memória dos católicos, mas que desperta pouco interesse dos meios de comunicação. Mas na Argentina, país de origem de Francisco, a data não passou despercebida pela imprensa local.

Entre as diferentes análises que os jornalistas, principalmente os que cobrem política, fizeram destes cinco anos de pontificado, há abordagens de uma série de lugares-comuns mencionados frequentemente com absoluta leviandade. São opiniões que as redes sociais se incumbiram de rechear com desinformação.  Veja algumas delas:

  1. O Papa é peronista

É a definição mais comum que se dá ao Papa Francisco. Há livros inteiros que tentam definir o peronismo e concluem argumentando que se trata de uma corrente ampla para reduzi-la a uma só definição.

O fato é que o Papa Francisco não é filiado ao Partido Justicialista, que herdou e encarna os lemas peronistas. Jorge Bergoglio não foi da Guarda de Ferro, organização peronista do tempo em que o movimento estava proscrito na Argentina, embora ele tivesse relacionamento com alguns membros do movimento.

E, se muitos falam de sua identidade peronista por sua afinidade com a justiça social que o peronismo proclama, basta confirmar que a doutrina social da Igreja tem muito mais história antes do nascimento de Juan Domingo Perón. O Papa não é peronista nem pertence a qualquer outro partido político argentino.

  1. O Papa é kirchnerista

Quase associado ao lugar comum anterior, este se baseia na ampla difusão de imagens do Papa Francisco com funcionários e personalidades ligados à plataforma política que governou a Argentina durante as eleições presidenciais de Néstor Kirchner e Cristina Fernández Kirchner. A relação com ambos enquanto Francisco vivia na Argentina não foi uma relação de amigos. Abertamente, Néstor Kirchner, peronista, evitava Bergoglio.

Embora não seja verdade que Cristina Kirchner não recebia Bergoglio como arcebispo, também não dá para dizer que existia uma aberta afinidade entre ambos. Enquanto ela estava na presidência, o Papa a recebeu algumas vezes com notória alegria. A mesma que teve na primeira vez que saudou Maurício Macri, quando assumiu o pontificado. O Papa recebeu e cumprimentou pessoas ligadas ao kirchnerismo e aos mais fortes opositores da plataforma.

  1. O Papa é marxista

O Papa não é peronista, nem kirchnerista, tampouco liberal (em termos econômicos). E isso é evidente. O próprio Francisco disse em uma entrevista: “a ideologia marxista está equivocada, mas, na minha vida, eu conheci muitos marxistas que são pessoas boas, por isso não me sinto ofendido”.

  1. O Papa se intromete na política argentina

Por mais que muitas pessoas sonhem que ele o faça, o papa não se envolve na política argentina. Não coloca nem tira candidatos. Quem se apresentou ou usou sua imagem em campanha saiu fracassado nas urnas. Em tempos de campanha, ele evita qualquer tipo de foto ou proximidade com qualquer candidato. Se o Papa quisesse se meter na política argentina, daria entrevistas aos veículos de comunicação falando sobre a conjuntura do país. Mas ele não o faz.

  1. O Papa não gosta da Argentina

Não tem muito sentido o fato de associar uma decisão de não priorizar uma viagem à Argentina com a falta de afeto ao seu país. A lógica política, que não pode ser usada para entender a Igreja, como tem insistido Francisco, não contempla a possibilidade de quem assume o pontificado colocar nas mãos de Deus aqueles que ele mais gosta. O Papa gosta da Argentina, mas o primeiro mandamento é “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Não é, portanto, “Honrar pai e mãe”.

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