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Meu filho foi diagnosticado com TDAH. E agora?

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Inma Alvarez - publicado em 25/09/18

A cooperação entre pais, professores, médicos de família e psicólogos é fundamental

O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) parece ser a doença dos dias de hoje. Quando uma criança está inquieta, não gosta de estudar, ou tem dificuldade em prestar atenção, os educadores geralmente sugerem que o TDAH pode ser o problema.

A realidade é que o TDAH, definido como tal no início do século XX, recentemente começou a ser estudado de forma sistemática. A pesquisa científica está fazendo grandes progressos, e muitas conferências em todo o mundo continuam a atualizar as mais recentes descobertas.

Mas pais e educadores muitas vezes enfrentam um grande desconhecido: talvez eles tenham repreendido demais o filho porque ele não prestou atenção, ou talvez eles foram diagnosticados porque sua filha continuava recebendo notas ruins ou por causa da tensão em casa, ou simplesmente tiveram a intuição de que “algo” estava acontecendo, mas eles não sabiam como nomear isso.

O primeiro passo é obter um bom diagnóstico. A cooperação entre pais, professores, médicos e psicólogos é muito importante.

O que esperar da medicina

Um ponto crucial a ter em mente é que os medicamentos não curam o TDAH. Eles são apenas um meio – e nem sempre essencial – para ajudar a criança a aprender a gerenciar sua dificuldade. O que mais importa é a forma como a criança é educada, o que significa que os pais, médicos, psicólogos e professores devem concordar entre si.

Crianças ou adolescentes que apresentam sinais de TDAH precisam de atenção e paciência de seus educadores, professores e pais. A ajuda mais eficaz para educar e apoiar essas crianças sempre será uma atenção pessoal e paciente, especialmente devido às dificuldades objetivas que elas têm que enfrentar cada dia apenas para aprender.

Por exemplo, é muito importante que a professora se lembre de:

  • Valorizá-los para além do TDAH.
  • Trabalhar com outras atividades que lhes permitam se levantar e se mover um pouco.
  • Ajudá-los a se destacar no que sabem fazer bem.
  • Transmitir calma: falar lentamente, suavemente, ter algum contato físico leve etc.
  • Conscientizá-los de suas dificuldades.
  • Não privá-los do recreio ou da atividade física.

O professor deve:

  • Ter uma atitude positiva.
  • Ser capaz de resolver problemas de forma organizada.
  • Perceber que as crianças com TDAH não se comportam dessa maneira porque querem, mas por causa de sua desordem.
  • Manter uma estrutura de sala de aula consistente.
  • Fornecer instruções breves e simples.
  • Adaptar os métodos de ensino para atender às suas necessidades.
  • Estar munido de informações e conhecimentos sobre TDAH.

E em casa?

Essas indicações são importantes também para os pais, uma vez que alguns estudos mostram que em uma família onde um ou mais membros têm TDAH, há estresse e irritabilidade significativamente maiores. Em casa, é muito importante adotar as seguintes estratégias:

  • Estabelecer rotinas. Isso ajuda as crianças com TDAH a se concentrarem.
  • Não dar mais do que uma ordem por vez.
  • Ter e transmitir calma.
  • Evitar a reação excessiva e o estresse: estar ciente de que a criança não é culpada por ser assim.
  • É essencial que as crianças e adolescentes com TDAH tenham relacionamentos saudáveis ​​e carinho na família, porque a desordem – especialmente quando não é entendida ou aceita pelos pais e pelo resto da família – pode afetar muito sua autoestima ou fazê-los se sentirem “rotulados”.
  • Lembrar-se de que mesmo que uma criança com TDAH possa ter dificuldades na escola, isso não significa que ela é menos inteligente ou capaz. Crianças com este transtorno possuem outras qualidades cognitivas que precisam ser exploradas. Todas as crianças estão cheias de recursos e habilidades. Você precisa saber como identificá-los.
  • Muitas vezes, há uma grande diferença entre a forma como os pais veem seus filhos e como seus filhos veem e compreendem o relacionamento de seus pais com eles. A comunicação é fundamental para ajudar os pais e as crianças a se entenderem melhor e a descobrir o que os motiva.
  • Às vezes, os pais sentem que crianças com TDAH não estão respondendo aos seus esforços para ajudá-las. Por outro lado, as crianças geralmente acreditam que estão cooperando da melhor forma possível, mas sentem que seus pais não lhes dão a atenção que precisam. O diálogo é uma forma muito concreta de amor, que é crucial nesses casos.
  • Outra das principais responsabilidades dos pais de crianças com TDAH é ler sobre o transtorno para que eles possam entender o que está acontecendo e procurar ajuda de associações e grupos de pais com o mesmo problema. Nem todas as terapias são aceitáveis, nem todos os medicamentos ou recursos são benéficos. Nesse sentido, é uma boa ideia estar atualizado sobre a pesquisa do TDAH e ler fontes especializadas. A melhor coisa que você pode fazer pelo seu filho é procurar a associação de pais do TDAH mais perto de você e se inscrever para seus cursos de treinamento.

Escrito em colaboração com Javier Fiz Pérez, psicólogo, professor de psicologia da Universidade Europeia de Roma, delegado para o Desenvolvimento Científico Internacional e chefe da Área de Desenvolvimento Científico do Instituto Europeu de Psicologia Positiva (IEPP).

Tags:
DoençaPaternidadePsicologiaSaúde
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