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BID pede continuidade de obras na América Latina apesar da corrupção

PERU-FLOODS-RIVER

AFP PHOTO / Julio Reaño

People who live in the countryside outside the town of Chiclayo, 770 kilometres north of Lima, use a tractor to cross the rising waters of the Zana River on March 19, 2017. The El Nino climate phenomenon is causing muddy rivers to overflow along the entire Peruvian coast, isolating communities and neighbourhoods. Thousands have been affected since January, and 72 people have died. Most cities face water shortages as water lines have been compromised by mud and debris. / AFP PHOTO / Julio Reaño

Agências de Notícias - publicado em 21/11/18

Para evitar o cancelamento de obras e demissões de trabalhadores, ele propõe buscar "respostas complementares à anulação"

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, pediu nesta terça-feira (20) para os governos latino-americanos não interromperem obras de infraestrutura, apesar das acusações de corrupção contra diversas empresas.

Moreno afirmou que, na América Latina, diversas investigações acerca de pagamento de propinas por parte de construtoras levaram os investimentos em infraestrutura e obras públicas a pararem.

“Isso é grave porque sem dúvida precisamos modernizar nossa infraestrutura para crescer e nos desenvolver mais e ter mais produtividade”, acrescentou Moreno durante um fórum no Panamá sobre corrupção em infraestruturas.

Para ele, a região precisa investir 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura, mas nas últimas décadas alcançou apenas metade deste percentual, uma situação que é agravada pelo interrompimento de projetos.

Segundo o BID, na Colômbia estima-se que o atraso na execução de obras pode custar US$ 1 bilhão em quatro anos. Já no Brasil, os projetos paralisados por irregularidades totalizaram US$ 27 bilhões.

No Peru, o governo calcula US$ 9 bilhões em obras pendentes de execução.

Moreno afirmou que “a corrupção não deve ser rentável”, mas “o problema é que a anulação dos contratos traz consigo um enorme efeito cascata, que castiga justos e pecadores”.

Para evitar o cancelamento de obras e demissões de trabalhadores, ele propõe buscar “respostas complementares à anulação que castiguem os corruptos, mas que também permitam a continuação das obras”.

Entre as medidas possíveis está a de separar a parte afetada dos contratos, condicionar a participação de licitações públicas à adesão a códigos de conduta, implementar sistemas pesados de multas, nomear administradores externos a empresas ou inabilitação.

“Claro, isso não é uma tarefa simples” porque “por um lado, temos o imperativo de lutar de braços dados contra a corrupção”, mas, “ao mesmo tempo em que lutamos contra essa injustiça, temos a obrigação de não gerar mais custos e problemas” para a sociedade “, disse Moreno.

(AFP)

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