Mulheres jovens são as mais propensas a sofrer transtornos alimentares
A tentativa de se adaptar aos modelos culturais aceitos pela maioria é uma dos principais gatilhos para o surgimento de patologias como anorexia e bulimia entre os jovens. Ambos os males tiveram um crescimento alarmante nos últimos anos.
Há duas décadas, os transtornos alimentares eram tratados quase de forma exclusiva por nutricionistas. No entanto, o constante crescimento desses casos levou ao questionamento sobre a forma de tratamento. Atualmente, os pacientes são atendidos por uma equipe multidisciplinar, integrada por médicos, psicólogos e psiquiatras.
O problema se tornou muito mais complexo, pois, ao enfoque meramente nutricional foi preciso somar especialistas que analisassem os componentes socioculturais, psicológicos e inclusive genéticos dessas doenças. Para a maioria dos especialistas, a rigidez nos padrões estéticos da sociedade moderna, bem como a autoestima frágil dos que padecem dessas doenças, são os fatores mais importantes.
Um dado relevante é que estas patologias se apresentam predominantemente nas mulheres (apenas 10% são homens). A bulimia também costuma de apresentar no final da adolescência e no início da vida adulta.
Cerca de 5-10% da população padece deste problema, e este número não para de crescer, segundo especialistas da Universidade de Concepción, no Chile.
Estas patologias se apresentam de igual forma nos diversos níveis socioeconômicos. Isso se opõe à crença de que tais males atingem apenas os segmentos mais favorecidos.
Os anoréxicos são pessoas que não se conformam com sua imagem, porque seu ideal não se relaciona jamais com o que veem de si mesmos. Ficam obcecados por alcançar o peso que para eles é adequado.
Os que sofrem de bulimia, por sua vez, gostam de comer, mas querem ser magros, razão pela qual, para eliminar o que ingerem, provocam vômitos ou diarreias.
Tais práticas, obviamente, repercutem de forma negativa na saúde, podendo provocar desequilíbrio metabólico por carência de vitaminas e minerais, além de problemas gastrointestinais, desgaste do esmalte dos dentes e da gengiva, desnutrição grave e inclusive morte por paradas cardiorrespiratórias, no caso da anorexia. A isso se somam as sequelas endocrinológicas, hematológicas, nervosas e psiquiátricas.
É importante levar em consideração que tanto a anorexia quanto a bulimia são patologias crônicas, ou seja, as pessoas que as sofrem podem controlá-las, mas dificilmente curá-las. Daí a importância do trabalho preventivo que precisa ser feito no contexto familiar para apoiar e sustentar quem manifesta estas doenças tão perigosas para a saúde. A ação mais eficaz é procurar ajuda profissional de um psicólogo ao identificar algum sintoma.