Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 26 Abril |
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Mudança climática afeta comunidades mais pobres

web-climate-change-desert-water-shutterstock-piyaset-ai.jpg

John Burger - publicado em 28/04/19

Ainda há tempo para reverter as tendências, diz o cientista

Os pobres estão sofrendo o impacto da mudança climática de maneira desproporcional – segundo um grupo de especialistas.

Social Dimensions of the Climate Crisis” (Dimensões sociais da crise climática) reuniu acadêmicos e ativistas em um simpósio no dia 3 de abril na Catholic University of America (Universidade Católica da América).

O fórum foi patrocinado pelo Institute for Policy Research and Catholic Studies (Instituto de Pesquisa Política e Estudos Católicos) e a National Catholic School of Social Service (Escola Nacional Católica de Serviço Social), ambos na Universidade Católica, e o Georgetown University Law Center Campus Ministry (Ministério do Campus do Centro de Direito da Universidade de Georgetown).

O efeito desproporcional, sobre as comunidades de baixa renda e minorias, de desastres ambientais relacionados ao clima irá piorar à medida que as temperaturas globais continuarem a subir, disseram os pesquisadores.

Astrid Caldas, uma cientista sênior do clima da Union of Concerned Scientists, uma organização nacional de defesa da ciência sem fins lucrativos, disse que as temperaturas globais subiram 1 grau acima dos níveis pré-industriais, contribuindo para furacões mais poderosos, aumento do nível do mar, incêndios florestais severos, chuvas intensas e um aquecimento do Ártico.

Sacoby Wilson, professor de saúde ambiental aplicada na Universidade de Maryland, argumentou que comunidades de baixa renda e minorias sofrem com uma disparidade de distribuição de instalações perigosas e concentração de poluentes tóxicos. Ele apontou para a água potável contaminada com chumbo em Flint, Michigan, por exemplo, ou os vazamentos tóxicos em bairros pobres ao redor do Canal de Navios de Houston após o furacão Harvey, em 2017.

Globalmente, a mudança climática está causando o deslocamento de pessoas a uma taxa nunca vista antes, disse Joan Rosenhauer, diretora executiva do Jesuit Refugee Service/USA (Serviço de Refugiados dos Jesuítas/EUA).

“A mudança climática é agora considerada o fator chave que acelera todos os outros impulsionadores do deslocamento forçado”, disse Rosenhauer.

Veja a Síria, por exemplo, cuja longa guerra civil levou a uma grande crise de refugiados entrando na Europa. Um fato pouco notado é que pouco antes do início das hostilidades em 2011, a Síria passou por uma seca de cinco anos, disse ela.

“Segundo Rosenhauer, 41 pessoas são deslocadas a cada minuto em algum lugar do mundo devido a um evento climático extremo”, informou o National Catholic Reporterno simpósio. “Ela disse que a Agência de Refugiados das Nações Unidas estimou que quase 250 milhões de pessoas em todo o mundo serão deslocadas pelas mudanças climáticas até 2050”.

Mas ainda há tempo para reverter as tendências. Se as emissões mundiais de dióxido de carbono caírem 40% a 60% dos níveis de 2010 até 2030 e chegarem a zero em 2050, disse Caldas, o aquecimento global pode ficar limitado a 1,5 °C – muitas vezes considerado um limite mais seguro. Ela disse que “uma análise de 2012 da Union of Concerned Scientists descobriu que, se cada residente dos Estados Unidos reduzisse sua pegada de carbono em 20%, seria o equivalente a colocar offline 200 usinas a carvão e substituí-las por fontes de energia limpa”, disse o National Reporter.

Tags:
Meio ambiente
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia