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“A mulher, a monja e a mística cisterciense”

PARAISO

Monasterio Cirterciense Santa María del Paraíso

Vanderlei de Lima - publicado em 30/06/19

A bela vocação monástica cisterciense feminina em um tempo no qual as grandes místicas medievais voltam a ser publicadas e lidas

Eis um livro de 98 páginas recém-lançado pela Cultor de Livros. Reúne ele, em tradução adaptada à língua portuguesa, algumas Conferências feitas na Europa – e que cremos ser importantes – a propósito da vida monástica e da mística cisterciense feminina na Idade Média e hoje.

A primeira Exposição é da Ir. Marina Medina, O. Cist., e trata da vocação da mulher na Igreja. Afirma que a monja não deixa de ser mulher, mas, ao contrário, coloca sua feminilidade, integralmente, a serviço do Evangelho ao consagrar-se como esposa de Cristo, por meio do ágape (amor caritativo). Na Igreja, a mulher desenvolverá a essência da mística pela união com Deus e pela caridade para com o próximo. Ela a realiza, por sua própria natureza feminina, melhor que o homem, pois enquanto o homem é egocêntrico (olha para si), a mulher é alterocêntrica (olha para o/a próximo/a). A fala da religiosa espanhola leva muito em consideração o documento Vita Consecrata (A vida Consagrada), do Papa São João Paulo II, revestindo-se, deste modo, de forte valor reflexivo e prático na vida eclesial e social.

A segunda Apresentação é mais histórica. Aborda a expansão cisterciense feminina, nos séculos XII e XIII, na Europa. Foi proferida pelo Pe. Francisco Rafael Pascual, OCSO. Ele, além de oferecer uma contextualização da vida monástica feminina na Igreja e, em especial, na Ordem Cisterciense, apresenta detalhes do modo de ser da Ordem e, ainda traz, em Apêndice, textos (Pequena Antologia) de algumas místicas, ilustrando, assim, o que tratou, de forma muito competente, na Palestra.

A terceira Conferência é da Ir. Rosária Spreafico, OCSO, e busca detalhar o lugar da mulher na família cisterciense a partir de uma reflexão feita à luz da história na qual essas monjas se inserem. Nesse contexto, ela pensa o futuro da vida monástica feminina, na Igreja e na sociedade. É tema de capital importância em um tempo no qual alguns Institutos religiosos sofrem grande escassez de vocações.

A quarta Palestra é da Ir. Kándida Saratxaga, O Cist. Quer nos apresentar – embora reconheça a dificuldade de abarcar os muitos aspectos dessa rica temática – um quadro tão geral quanto possível da mística feminina medieval. Parte da experiência pessoal de cada monja em sua ardente paixão de se unir, em matrimônio místico, ao Divino Esposo, Jesus Cristo, Nosso Senhor. Aparecem, aí, temas da mística ordinária (união com Deus e doação ao próximo) e extraordinária (fenômenos), conforme tratados em nosso livro A verdadeira mística: Deus em nós e nós n’Ele (Ed. do Autor, 2017). O texto, fruto de exposição oral, parece complexo, porém vale a pena enfrentar tal complexidade dada a riqueza da temática em questão.  

De acordo com Dom Bernardo de Oliveira, OCSO, antigo abade geral trapista, é certo que “a experiência mística da vida cristã ocupa um lugar central na tradição cisterciense. Esta afirmação é tão evidente que não precisa demonstração. Os primeiros cistercienses [no século XII] trataram de viver na presença de Deus e em comunhão com Ele. Esta declaração de intenções guarda, hoje, todo seu valor. Em nossas Constituições podemos ler: ‘Nossa Ordem é um Instituto monástico integralmente ordenado à contemplação’ (Cst. 2)”.

O livro traz algumas elucidativas notas de rodapé inseridas pelo tradutor brasileiro. Elas, de modo algum, têm a pretensão de ser completas, mas, sim, de ajudar os leitores em um ou outro ponto. No final, há um questionário que ajuda na assimilação do conteúdo lido, servindo, assim, como mini curso sobre a mística cisterciense feminina.

Desejamos, com esse trabalho de tradução, prestar mais um serviço à Igreja – que reflete, inclusive, sobre a possibilidade de um Sínodo a respeito da mulher – e, em especial, à bela vocação monástica cisterciense feminina em um tempo no qual as grandes místicas medievais voltam a ser publicadas e lidas com santa avidez. Deus seja louvado!

Vanderlei de Lima é o tradutor do livro apresentado neste artigo.

Para adquirir: https://www.cultordelivros.com.br/produto/a-mulher-a-monja-e-a-mistica-cisterciense-78511

Tags:
LivrosmongesMulher
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