Elas foram condenadas por crimes cuja frieza chocou profundamente o país
Em agosto deste ano, o pe. Fábio de Melo foi alvo da ira de “justiceiros virtuais” ao declarar que “a saidinha [da cadeia] deveria ser permitida só no dia de finados, para que [os presos condenados por assassinato] visitassem os túmulos dos que eles mataram”.

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O contexto era o do dia dos pais e, na ocasião, um dos beneficiados pela “saidinha” da prisão, permitida pela legislação brasileira em datas especiais, foi Alexandre Nardoni, condenado pelo assassinato da própria filha, Isabella, de 5 anos de idade. Nardoni jogou a menina pela janela de seu apartamento no sexto andar de um edifício em São Paulo, num caso que estarreceu e comoveu profundamente o Brasil em 2008. A “saidinha”, que por si só levanta controvérsias entre a população, se torna particularmente polêmica nos dias das mães, dos pais e das crianças quando os beneficiados são pessoas condenadas por terem matado precisamente os próprios genitores ou filhos.
“Saidinhas” no dia de Nossa Senhora Aparecida e das crianças
Na última quinta-feira, 10 de outubro, quem deixou temporariamente o presídio de Tremembé, SP, para passar o dia das crianças e da Padroeira do Brasil com suas famílias foram Suzane Von Richthofen, Anna Jatobá e Elize Matsunaga, condenadas por crimes cuja frieza chocou profundamente o país.
Elize Matsunaga
Foi condenada a 19 anos, 11 meses e um dia de prisão por matar e esquartejar o marido, Marcos Kitano Matsunaga, presidente da empresa fabricante de alimentos Yoki. A pena, porém, foi reduzida pelo Superior Tribunal de Justiça a 16 anos e 3 meses. O crime foi cometido em 2012 em pleno apartamento do casal. A “saidinha” da semana passada foi a primeira de Elize, que, no entanto, está proibida de ver a filha de 8 anos, cuja guarda ficou com os pais de Marcos.
Suzane Von Ritchtofen
Foi condenada a 30 anos de prisão por planejar e coordenar o assassinato dos pais, Manfred e Marísia Von Richthofen, em 2002, com a ajuda do namorado Daniel Cravinhos e do irmão dele, Cristian. Os assassinos deram marretadas na cabeça das vítimas dentro de sua residência em São Paulo.
Ana Carolina Jatobá
Foi condenada a 26 anos e 8 meses de prisão por matar a enteada, Isabella Nardoni, com a ajuda do marido Alexandre Nardoni – o mesmo cuja saidinha foi questionada em agosto pelo pe. Fábio de Melo.
A polêmica de agosto
No contexto das controvérsias que explodiram em torno ao comentário do pe. Fábio, outro sacerdote muito querido e respeitado pelos católicos brasileiros saiu em sua defesa: o pe. Gabriel Vila Verde, que assim se pronunciou via Facebook:
Ainda sobre o ocorrido com o Twitter do Padre Fábio, percebam como os católicos ficaram felizes, e como os mundanos afrontaram o sacerdote. Isso deixa claro que a pregação de um Padre deve ser direcionada primeiramente aos fiéis. Nada de usar uma linguagem inclusiva, adocicada, politicamente correta para agradar o mundo, pois o mundo odeia Cristo e sua Igreja. Deus abençoe o Padre Fábio e a todos nós, sacerdotes, para que possamos nos preocupar em dar água pura aos que estão com sede de Deus. Aos que não estão, nossas orações. Apenas.
O pe. Fábio recebeu amplo apoio nas redes sociais, mas também fortes ataques pessoais por causa da sua opinião.