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Falar sobre outras pessoas com o cônjuge é fofoca?

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Mathilde de Robien - publicado em 31/01/20 - atualizado em 28/06/23

São Tomás de Aquino tem conselhos úteis para quem quer falar sobre os outros sem cair no pecado da depreciação

“Grandes mentes discutem ideias; mentes comuns discutem acontecimentos; mentes pequenas discutem pessoas”, disse Eleanor Roosevelt, ex-primeira dama dos Estados Unidos.

Pode parecer duro para quem gosta de fofocas, mas é uma avaliação justa: as fofocas caem rapidamente em denúncias ou críticas. Mas e quanto à conversa particular entre cônjuges? As discussões sobre outras pessoas entre marido e mulher podem configurar fofoca?

Seu primeiro pensamento pode ser que uma conversa particular entre os cônjuges que tenha um tom misericordioso e sem julgamento seja definitivamente boa. Mas a resposta não é tão simples. São Tomás de Aquino, em sua “Suma Teológica”, distinguiu vários critérios para justificar ou não as conversas sobre outras pessoas.

Em sã consciência, às vezes acontece que falamos sobre outras pessoas – suas dificuldades ou defeitos – porque elas nos machucaram ou tiveram um impacto negativo sobre nós. Encontramos em nosso cônjuge um ouvido atento para essa emoção transbordante. Isso é fofoca? Da mesma forma, estaria eu traindo um amigo ao confidenciar seu segredo ao meu cônjuge? Como podemos distinguir entre “notícias” e fofocas prejudiciais?

A fofoca – ou o pecado da depreciação, nas palavras de São Tomás de Aquino – consiste em enfraquecer a reputação de alguém: “A depreciação é a difamação da reputação de outra pessoa por palavras.” Isso pode acontecer de quatro maneiras: “a primeira, quando você imputa uma coisa falsa a alguém, a segunda quando você aumenta a culpa pela história que conta, a terceira quando você revela um segredo e a quarta quando você diz que uma boa ação foi feita com más intenções.”

Nesses casos, é certo que alguém se envolve em fofocas, mesmo se estiver falando com os ouvidos benevolentes e atenciosos do cônjuge.

Uma questão de intenção

Segundo São Tomás de Aquino, “os pecados das palavras devem ser julgados principalmente pela intenção do orador”. É aqui que devemos morder a língua antes de falar. Qual é a nossa verdadeira intenção quando falamos de alguém? Pode haver outro motivo além do enfraquecimento da reputação de alguém? “Às vezes, porém, são ditas palavras que diminuem a reputação de alguém, sem esse objetivo, mas com outro objetivo em mente”. Nesse caso, o teólogo admite: “não é para prejudicar, mas prejudica apenas materialmente e por acidente.”

Mais uma vez, “se as palavras pelas quais alguém diminui a reputação dos outros são ditas para um bem ou por necessidade, observando todas as circunstâncias, não há pecado e não se pode dizer que é uma depreciação.”

Quais são essas circunstâncias atenuantes que permitem que as pessoas falem sem que seja um mal? “A primeira é que o segredo não seja revelado a mais pessoas do que o necessário, a segunda é que a revelação deve produzir um bom efeito, a terceira é que seja feita com a intenção correta e a quarta é que se trata de fazer o bem ou evitar um mal significativo. ”

A responsabilidade do ouvinte

São Jerônimo disse: “Tome cuidado para não contaminar sua língua ou seus ouvidos, isto é, não fale mal dos outros ou ouça os que o ouvem.”

São Tomás acrescenta: “Quem ouve um detrator que ele pode parar e quem gosta de suas depreciações é culpado do mesmo crime que ele. Assim, parar de fofocar se torna a missão de um casal, um caminho para a santificação: ambos os cônjuges têm um papel a desempenhar ao saber como discernir o que é bom ou não, útil ou não, sobre o que falar.”

Caso isso possa ajudar, aqui está um conselho muito concreto do Papa Francisco, um ardente lutador contra fofocas: “Um cristão, em vez de fofocar, deve morder a língua”.

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