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China acusada de genocídio contra etnia muçulmana – e, sim, isto é problema nosso

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Reportagem local - publicado em 02/07/20
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Associated Press publica relatório que denuncia o regime comunista chinês por “genocídio lento, doloroso e persistente” contra minoria uigurA Associated Press (AP) publicou graves denúncias a respeito da sistemática política genocida do governo comunista chinês contra o povo uigur, uma etnia minoritária, de religião muçulmana, que vive na província de Xinjiang.

A investigação fundamenta as denúncias em estatísticas e documentos do próprio governo, além de entrevistas com ex-prisioneiros e seus familiares e até com um instrutor de um campo de detenção.

Grande parte dos abusos denunciados diz respeito a políticas de controle da natalidade. Há relatos de mulheres obrigadas a abortar e a implantar dispositivos intrauterinos, além de homens e mulheres presos simplesmente por “terem filhos demais”. O regime chinês autoriza os uigures e outras minorias étnicas a terem dois filhos ou, em casos excepcionais, três. No entanto, mulheres uigures declararam ter sido presas por terem três filhos, mesmo sendo permitido. Muitas delas, ao retornarem dos campos de detenção, descobriram que tinham sido esterilizadas.

A taxa de natalidade em Xinjiang caiu 24% em 2019, na comparação com o ano anterior; algumas regiões da província, porém, tiveram queda superior a 60%. Para se ter uma dimensão da desproporção entre esses números e o restante do país, a queda média da natalidade na China como um todo foi de 4,2% no mesmo período.

Outros números significativos: dos 484 detidos no condado de Karakax, 149 tinham sido presos por terem “mais filhos do que o permitido”.

Segundo a AP, há na China entre 900 mil e 1,8 milhão de uigures detidos em mais de 1.300 campos mantidos pelo regime a fim de”reeducá-los”. As denúncias apontam que essa “reeducação”, na prática, consiste em trabalhos forçados e torturas. O governo de Pequim insistiu durante anos em negar a existência desses campos de concentração, mas acabou forçado em 2018 a reconhecer que eles existem e a dar algum tipo de justificativa para a sua manutenção. A justificativa padrão é que esses campos seriam uma forma de prevenir o terrorismo. Está claramente documentado, porém, que o “crime” de muitos dos presos é usar vestes religiosas ou seguir práticas da religião islâmica, tais como o jejum durante o ramadã.

Um dos especialistas consultados pela AP em seu relatório resume sobre esta política do Partido Comunista Chinês:

“É genocídio e ponto final”.

A Dra. Joanne Smith Finley, da Universidade de Newcastle, Reino Unido, complementa:

“Não é algo imediato, chocante, de assassinatos em massa, mas é um genocídio lento, doloroso e assustador”.

Perseguição sistemática do regime comunista contra as religiões

O comunismo é um regime declaradamente ateu, que persegue sistematicamente todas as religiões, embora com diferentes “estratégias” conforme cada caso.

O catolicismo romano é proibido na China, a menos que os fiéis se filiem à assim chamada Associação Católica Patriótica Chinesa, que, apesar do nome, nada tem a ver com a Igreja Católica: é uma entidade do próprio Partido Comunista para manter os cristãos sob vigilância. Abundam os relatos e denúncias de perseguição contra os cristãos no país.



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