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Como monges católicos moldaram a cultura do vinho na França

MOET CHANDON

Victor Grigas | CC BY-SA 4.0

V. M. Traverso - publicado em 12/08/20

De São Martinho de Tours a Dom Pérignon, monges católicos influenciam a vinicultura francesa há quase 2.000 anos

De Champagne a Bordeaux, os vinhos franceses são conhecidos em todo o mundo por seu sabor único. Mas muitos não sabem que muito da cultura vinícola da França remonta aos monges católicos.

Não está claro quem introduziu a vinificação no país: provavelmente os gregos do antigo povoado italiano da Etrúria.

Mas o que é certo é que um papel central para a produção de vinho foi desempenhado por um soldado romano do século 4 que virou santo, São Martinho de Tours.

Depois de uma vida inteira como soldado do exército romano, Martinho se converteu ao cristianismo, viveu como eremita na Itália e acabou voltando para a França trazendo um conhecimento precioso sobre vinificação.

Considerado o “pai espiritual” do vinho francês até hoje, Martinho desenvolveu algumas uvas agora amplamente conhecidas, como Chenin Noir e Chenin Blanc, a partir de uvas selvagens, e plantou alguns dos primeiros vinhedos de Vouvray.

Saint Martin
Eva K. | CC BY-SA 2.5

Segundo uma lenda, São Martinho de Tours também foi o inventor da poda, a prática de remover seletivamente partes da videira para melhorar sua colheita, algo que teria sido iniciado por um burrinho que insistia em mascar determinados ramos da videira. Naquele ano, o vinho revelou-se particularmente saboroso.

A partir do século 12, monges e freiras em mosteiros em toda a França atuaram como guardiães do conhecimento da vinificação da era romana, em uma época em que as guerras devastavam grande parte da Europa.

Monges beneditinos, que seguiam a regra de vida de São Bento, promovendo a agricultura coletiva e a oração diária, foram particularmente importantes para o desenvolvimento do vinho francês.

Por centenas de anos, os monges beneditinos produziram os vinhos franceses mais importantes, como Champagne e Bordeaux.

Na verdade, um dos champanhes mais famosos do mundo, o Dom Pérignon, deve o seu nome a um monge beneditino do século XVII que inventou a famosa rolha que permitia que o champanhe permanecesse efervescente.

REIMS MOUNTAIN
Geniusksy I Shutterstock

Os monges faziam vinho por motivos litúrgicos, mas também por seu efeito medicinal. O vinho na era pré-moderna tinha um teor alcoólico muito menor e era usado como desinfetante e tônico.

Hoje, o papel dos monges no vinho francês é simbolizado por nomes históricos como Dom Pérignon, bem como alguns vinhedos famosos fundados por monges.

Veja a galeria de fotos abaixo para descobrir alguns dos vinhedos monásticos mais interessantes da França:

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