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Moçambique: religiosas que estiveram desaparecidas 24 dias estão bem

Bispo Dom Luiz Fernando Lisboa

Leandro Martins, Aid to the Church in Need

Fundação AIS - publicado em 13/09/20

O anúncio, no domingo passado, dia 6 de Setembro, por D. Luiz Lisboa, de que as “irmãs Inês e Eliane” estavam “sãs e salvas”, foi recebido com um enorme alívio em toda a comunidade cristã

“Estão retiradas, estão bem e não vão prestar quaisquer declarações.” D. Luiz Fernando Lisboa explicou assim, de forma sucinta, à Fundação AIS, como se encontram as duas irmãs de São José de Chambéry, Inês Ramos e Eliane da Costa, depois de terem estado desaparecidas durante 24 dias após violento ataque terrorista a Mocímboa da Praia.

Na sequência desse ataque, que teve início a 5 de Agosto, os terroristas acabaram por conquistar a região portuária perdendo-se o contacto com dezenas de pessoas. A falta de comunicações e o isolamento em que ficou a zona provocou uma inquietação generalizada sobre o que teria acontecido com as duas religiosas brasileiras.

O anúncio, no domingo passado, dia 6 de Setembro, por D. Luiz Lisboa, de que as “irmãs Inês e Eliane” estavam “sãs e salvas”, foi recebido com um enorme alívio em toda a comunidade cristã.

Desde então, têm chegado à Diocese de Pemba inúmeros pedidos de informações oriundos “de todo o mundo” sobre as irmãs e o estado de saúde em que se encontram. D. Luiz Fernando Lisboa garante, à Fundação AIS, que as duas irmãs “estão bem” mas que vão ficar para já fora dos holofotes da curiosidade mediática e que, por isso, “não vão prestar quaisquer declarações”.

Pouco se sabe ainda sobre o que aconteceu à missão das irmãs em Mocímboa da Praia. No final de Agosto, o padre Kwiriwi Fonseca, um dos responsáveis pela comunicação da Diocese de Pemba, explicava, à Fundação AIS, que o ataque tinha começado “a 5 de Agosto”, a que se seguiram “dias consecutivos” de combates, “até dia 11”. “Durante esses dias, eles [os terroristas] atacaram e ocuparam o Porto de Mocímboa da Praia.”

Em Pemba, soube-se do ataque através do telefonema de um animador da comunidade. “Foi ele que nos deu a notícia de que a casa das irmãs tinha sido assaltada.” O padre Fonseca explicou também à Fundação AIS que os terroristas “haviam roubado tudo: viatura, alimentos, tudo o que tinham lá, todos os bens”.

No comunicado em que D. Luiz Lisboa anunciou no passado domingo que as duas religiosas estavam “sãs e salvas”, o Bispo de Pemba agradeceu “de coração” a todas as pessoas que têm acompanhado a comunidade “com as orações e solidariedade”. “Isto – acrescentou o Bispo – conforta-nos e mostra a face de um Deus misericordioso.”

D. Luiz pediu ainda as orações pelos que “ainda estão desaparecidos, deslocados e sofrendo as consequências da violência e da guerra”.

A Fundação AIS tem ajudado os cristãos em Moçambique com diversos projectos, desde a reconstrução de igrejas até ao apoio de subsistência aos missionários. Actualmente está em curso uma campanha de ajuda de emergência para a Igreja local dada a situação particularmente grave que se vive em Cabo Delgado, onde, em consequência dos ataques de grupos jihadistas – que tiveram início em 2017 mas adquiriram intensidade no decorrer deste ano –, já se contabilizaram mais de mil mortos e mais de 250 mil deslocados, num cenário terrível de destruição que levou ao abandono de inúmeras aldeias e vilas.

(Departamento de Informação da Fundação AIS)

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