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Terceira mulher mais rica do mundo financia grupo crítico à Igreja Católica

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Francisco Vêneto - publicado em 01/07/21

Organização Faith in Public Life declara ter recebido milhões de dólares de Mackenzie Scott, ex-mulher de Jeff Bezos

A organização Faith in Public Life (“A Fé na Vida Pública”) confirmou ter recebido uma doação milionária de Mackenzie Scott, atualmente a terceira mulher mais rica do mundo. Segundo a agência CNA, a entidade em questão tem viés ideológico dito “progressista” e é abertamente crítica à Igreja Católica.

Instrumentalização da Sagrada Comunhão

Um caso recente em que a Faith in Public Life demonstrou a sua postura de oposição à Igreja foi o dos debates do episcopado norte-americano sobre as medidas a serem tomadas no tocante a dar ou não a Sagrada Comunhão a personalidades católicas que publicamente apoiam o aborto. O debate é particularmente polêmico porque o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se declara católico e, ao mesmo tempo, promove a eufemisticamente denominada “interrupção da gravidez”.

A doutrina da Igreja Católica é clara e enfática ao afirmar que aqueles que apoiam abertamente o aborto não podem receber a Sagrada Eucaristia. Segundo o cânon 1398 do Código de Direito Canônico, quem pratica ou colabora ativamente para a consecução do aborto incorre em excomunhão automática (latae sententiae). Em coerência com esta norma, o cânon 915 dá aos sacerdotes a prerrogativa de negar a Comunhão às pessoas excomungadas ou que optam por viver em situação publicamente conhecida de pecado mortal.

Em represália aos bispos norte-americanos que zelam por essa clara diretriz da doutrina, a Faith in Public Life impulsionou a enviesada campanha “Diga ao seu bispo que a Eucaristia não é uma arma” – como se quem estivesse desvirtuando a Eucaristia fossem os bispos que a defendem.

Imposição de rótulos ideológicos

Outro episódio que explicita o viés ideológico da Faith in Public Life foi a decisão da Suprema Corte norte-americana contra o Estado da Filadélfia, que se recusou a manter contrato com uma organização católica de adoção de crianças (a Catholic Social Services) porque a entidade trabalha apenas junto a casais formados por um homem e uma mulher. A entidade foi sumariamente tachada de “homofóbica”, mas a Suprema Corte reconheceu que ninguém é obrigado a trabalhar em favor da adoção de crianças por pessoas homossexuais, desde que não as impeça de fazê-lo caso a legislação lhes reconheça legalmente esse direito civil.

A Faith in Public Life, no entanto, reagiu à decisão judicial descrevendo o episódio como “um lembrete dos incontáveis modos pelos quais os norte-americanos LGBTQ, pessoas de cor, mulheres, minorias religiosas e outros ainda sofrem discriminação”.

Imposição de financiamento do aborto

Há quase 10 anos, em 2012, a Faith in Public Life já militava ativamente contra os bispos norte-americanos por se oporem à política do então presidente Barack Obama de obrigar os empregadores a cobrirem despesas de esterilização e contracepção dos seus funcionários, já que isso na prática os obrigava também a financiar abortos.

A congregação católica das Irmãzinhas dos Pobres, que cuidam de idosos há mais de 100 anos nos Estados Unidos, precisou encarar uma longa e extenuante batalha judicial para não ser forçada a essa arbitrariedade imposta pelo governo democrata. As religiosas ganharam a causa, mas só conseguiram a sentença favorável definitiva em 2020.

Grupo crítico à Igreja Católica

Quem preside a Faith in Public Life é a pastora presbiteriana Jennifer Butler, que confirmou o recebimento de dinheiro dado por Mackenzie Scott e se referiu ao valor como “um donativo multimilionário significativo”.

A entidade informou ter aumentado sensivelmente o seu quadro de funcionários e o seu orçamento nos últimos anos, o que lhe permitiu abrir escritórios em “Estados que são campos de batalha”, a fim de “combater o nacionalismo cristão e a direita religiosa”.

Terceira mulher mais rica do mundo

Quanto a Mackenzie Scott, ela se tornou a terceira mulher mais rica do mundo após separar-se de Jeff Bezos em 2019. Dono da Amazon, ele detém o posto de homem mais rico do planeta, com patrimônio pessoal de cerca de 175 bilhões de dólares.

A parte da empresa que coube a Mackenzie Scott equivale hoje a uma fortuna entre 55 e 65 bilhões de dólares, de acordo com fontes diversas, entre as quais a agência Bloomberg.

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