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Olimpíadas: os atletas que criaram a medalha da amizade

OLYMPICS

Shutterstock | kholywood

Adriana Bello - publicado em 21/07/21

Uma linda história para provar que a amizade é uma das vitórias mais importantes que podemos alcançar

Agora que as Olimpíadas estão começando em Tóquio, me pareceu interessante compartilhar com vocês uma bela história que aconteceu nos Jogos de Berlim, em 1936. Foi uma edição bastante polêmica e que entrou para a história com o triunfo do afro-americano Jesse Owens na competição de salto.

Como disse uma vez São João Paulo II: “o esporte é uma escola de promoção humana e espiritual”. Pois esta história comprova bem isso.

Dois japoneses, Sueo Oe e Shuhei Nishida, competiram na modalidade salto com vara. Depois de horas de competição (que foi noite adentro), o primeiro lugar foi conquistado pelo americano Earle Meadows com um salto impressionante de 4,35 metros.

O dilema veio com o segundo e o terceiro lugares. E é aqui que aparecem esses atletas japoneses e outro americano, Bill Sefton, já que os três saltaram 4,25 metros, a segunda melhor altura depois de Meadows.

Desempate forçado

Em 1936, como regra das Olimpíadas, empates não eram permitidos no pódio. Então, os três fizeram nova prova e o norte-americano foi o primeiro a ser “eliminado” (quarto lugar). Oe e Nishida, que eram grandes amigos, recusavam-se a continuar a competir por respeito um ao outro e porque já era tarde da noite e quase não havia luz.

O comitê olímpico, então, pediu à própria equipe japonesa que decidisse quem levaria a prata e o bronze. Depois de uma longa discussão, decidiram que Nishida deveria ficar com a medalha de prata, já que ele era mais velho e atingira os 4,25 metros em uma única tentativa. Mas essa foi uma decisão que os atletas tomaram conhecimento somente durante a cerimônia de premiação.

Depois das Olimpíadas, quando Sueo Oe e Shuhei Nishida voltaram ao Japão, ficou claro que, embora respeitassem a decisão, eles não estavam de acordo com ela. Então eles cortaram suas medalhas ao meio e as levaram a um joalheiro para juntá-las desta forma: metade prata, metade bronze.

Quando essa história foi público, as pessoas começaram a chamá-las de “as medalhas da amizade”. Os atletas, então, ficaram famosos por isso. 

Olimpíadas e amizade

No ano seguinte, Oe quebrou o recorde japonês (que vigorou por 21 anos) e em 1939 alistou-se no exército em meio à Segunda Guerra Mundial. Ele morreu em batalha em 1941, aos 27 anos. Atualmente, sua medalha da amizade está exposta no Museu do Estádio Olímpico de Tóquio.

Nishida continuou a competir e até ganhou a medalha de bronze aos 41 anos nos Jogos Asiáticos. Foi árbitro internacional, presidente da Federação Japonesa de Atletismo e membro honorário do Comitê Olímpico Japonês. Ele morreu em 1997, aos 86 anos, devido a um ataque cardíaco.

Sem dúvida, ambos foram exemplos de que a amizade é a vitória mais importante que podemos alcançar e, em tempos de Olimpíadas, é bom lembrar que não há recompensa em metal valiosa o suficiente para colocá-la em risco. 

Tags:
Amizade
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