Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 26 Abril |
Aleteia logo
Espiritualidade
separateurCreated with Sketch.

Santa Teresa Benedita da Cruz: a mulher que se inflamou de amor

EDITH STEIN

Unknown - Scanned by Gabriel Sozzi

Hozana - publicado em 06/08/21

Conheça a história da santa que buscou encontrar a verdade até o último suspiro de sua vida

“O amor de Cristo foi o fogo que ardeu a vida de Teresa Benedita da Cruz. Antes ainda de se dar conta, ela foi completamente arrebatada por ele…”

João Paulo II

Começo este artigo com essa fala do saudoso Papa São João Paulo II na cerimônia de canonização de Santa Teresa Benedita da Cruz, no ano de 1998. Uma mulher cheia de determinação, que buscou até o último suspiro de sua vida, encontrar a verdade. Vamos conhecer um pouco sobre ela?

A história de Santa Teresa Benedita da Cruz

Edith Stein foi uma filósofa e teóloga alemã, nascida em Breslau – Alemanha (hoje Wroclaw, Polônia) no dia 12 de outubro de 1891, de família judia, foi educada na fé desde cedo por sua mãe – pois seu pai faleceu aproximadamente dois anos depois do seu nascimento –  tomando o judaísmo como sua religião durante longos anos de sua vida. Uma mulher determinada em buscar a profundidade de todas as coisas, Edith, desde pequena era marcada como uma criança muito esperta e curiosa, formulava questionamentos que deixou por muitas vezes aqueles que estavam ao seu redor admirados. 

Estudou psicologia, historia e germânica, antes de chegar a filosofia, disciplina ao qual marcou sua carreira profissional e a historia da humanidade, sendo ela, uma das primeiras mulheres a conquistar a cátedra tão sonhada pelas mulheres no tempo.

Traçou um caminho de grandes dúvidas sobre sua religião judaica na adolescência, afastando-se e dedicando-se cada vez mais aos estudos. Edith tem seu contato com a religião novamente somente quando se transfere para a Universidade de Gottingen, em 1913, para estudar filosofia e acaba adentrando o círculo fenomenológico fundado por Edmund Husserl ( aquele que mais para frente teria um significado muito maior em sua vida do que somente um professor, ela foi uma das suas mais fiéis seguidoras ). No círculo fenomenológico, Max Scheler, Hedwig Conrad-Martius entre outros contribuíram nesse processo de aproximá-la da religião. 

Sua experiência de fato para converter-se ao cristianismo se dá na casa do casal Conrad-Martius em 1917, Edith se oferece para cuidar da casa enquanto o casal sai de férias, encontra um local apropriado para leitura com uma enorme estante de livros, ela pega então o livro mais grosso que encontra e começa a ler. Quis a providência que o livro fosse a autobiografia de Santa Teresa D’Ávilla escrito por ela mesma, livro o qual Edith mergulhou e leu num “salto”! Ao finalizar expressou-se “Eu encontrei a verdade, a Verdade é Jesus Cristo”.

A prisão interior

Edith Stein, (Santa Teresa Benedita da Cruz) em seu anseio de encontrar algo mais profundo do que os livros lhe apresentava encontra não somente a Verdade, única, real e imutável que é Jesus, mas encontra também consigo mesma. Em Deus, nunca haverá somente um lado de uma experiência, mas cada experiência sempre vai abranger um “todo”, completo e total pois assim Deus o É, completo e total. A prisão interior em que vivia Stein, é a prisão que muitos vivem nos dias atuais, longe do sentido de tudo, longe da razão da existência, longe da maior oferta de amor já encontrada na historia.

Cristo é o amor que arde e consome, e ao encontrá-lo ela encontra o desejo de amar, amar o amor mas não com o seu amor carnal somente, mas com o amor que brota do próprio Amor, pois compreendeu que seu amor era raso, era pouco, então encontra no sacrifício, na oferta da vida, a porta que inflama todo o seu ser, como Ele a inflama de amor, já não era mais ela, mas o Amor que penetrava seu corpo, unindo as duas almas em uma relação nupcial tão profunda que jamais ela poderia ser a mesma. Quanto mais oferta, mais amor e quanto mais amor mais liberdade.

Inflamar-se em amor

“A autoentrega é a mais livre obra de liberdade”

Edith Stein

Quanto mais eu busco por mortificações mais eu me abro a Graça. Só esvaziando-se de si mesmo somos capazes de nos ofertar sem reservas, não basta somente submeter uma vez, mais diariamente decidir-me por mortificar-me, para que a Graça necessária aconteça. Em 1933, somente 11 anos após seu batismo na Igreja Católica, ela entra para o Carmelo em Colônia recebendo o nome de Teresa Benedita da Cruz. 

No cristianismo Edith compreendeu melhor o judaísmo e tudo ganhou novo sentido. Convertendo-se, não renunciou a ser judia, mas quis sê-lo plenamente. Durante a segunda guerra mundial foi capturada pela Gestapo em 1942, e morreu na câmara de gás nazista em Auschwitz, unindo o sofrimento do seu povo aos da cruz de Cristo no dia 9 de agosto, dia de sua festa litúrgica na santa Igreja. Ela então encontra a Verdade mais uma vez, mas agora, face a face.

Beatificada em 1987 e canonizada em 1988 por São João Paulo II. 

Eu convido você a se aprofundar na vida de Santa Teresa Benedita da Cruz, vivendo conosco a novena Buscar a Verdade com Santa Teresa Benedita da Cruz. Que ela possa durante esses nove dias interceder por nós junto a Jesus e a Virgem Santíssima para que possamos ser inflamados por este amor incondicional que brota da cruz de Cristo. Clique aqui para rezar conosco!

Aline Pinheiro, membro da Comunidade Passio Domini, pelo Hozana

Santa Teresa Benedita da Cruz: a mulher que se inflamou de amor
Leia também:

Tags:
SantosVerdade
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia