O Vaticano voltou finalmente a registrar uma afluência de peregrinos nos níveis anteriores à pandemia de Covid-19. Na audiência-geral desta quarta-feira com o Papa, o público teve de ser dividido de uma forma diferente, com dois locais montados: cerca de 3.000 pessoas acompanharam da Praça de São Pedro, pois a Sala Paulo VI, que tem capacidade para receber mais de 6.000 pessoas, estava lotada.
O Papa Francisco geralmente chega por volta das 9 da manhã à Sala Paulo VI para fazer sua catequese. Mas desta vez ele fez um desvio já às 8h30 da manhã para cumprimentar os fiéis que estavam esperando na Praça de São Pedro havia mais de uma hora.
O Vaticano previa a chegada de vários grupos significativos. Havia a “Família Vicentina”, com cerca de 1.000 membros que vieram concluir uma peregrinação organizada no contexto do aniversário das aparições da Bem-Aventurada Virgem Maria a Catherine Labouré.
Centenas de pessoas ligadas à “Associação João Paulo II”, instituição de caridade italiana, também estavam presentes, bem como membros da associação italiana “Vítimas de Violência”, que ajuda mulheres agredidas.
Emoção
“É uma emoção indescritível estar aqui e poder ver o Papa de perto”, disse Maria Rosaria, que viajou a noite toda de Puglia, acompanhando a comitiva da escola de sua filha, que veio para a audiência geral. A última vez que ela visitou o Vaticano foi há dois anos e meio, um pouco antes da pandemia.
“É comovente estar aqui porque é quase um retorno à normalidade”, disse Miriam, da “Associação João Paulo II”.
Antes de entrar para visitar a Basílica de São Pedro, os fiéis verificavam sua temperatura. O passaporte de saúde, por outro lado, não é necessário para audiências gerais ou celebrações religiosas no Vaticano.
Momentos difíceis
Entre os fiéis reunidos esta manhã, muitos rezam pela superação das consequências da pandemia. “Vimos as imagens televisivas da Praça de São Pedro vazia, da igreja vazia”, disse Carla, que veio do Piemonte com a associação “Vítimas de Violência”. “Ver a Praça de São Pedro cheia mais uma vez é algo comovente”, disse.
Por sua vez, Ivan, um seminarista na cidade de Piacenza, ao sul de Milão, está feliz por poder viajar novamente, já que sua região foi muito afetada pela Covid-19. “É indescritível estar aqui hoje com o Papa”, disse.
Ao lado de Miriam, da “Associação João Paulo II”, Franca e Maria também estão entusiasmadas. “Retornaremos com esperança e paz no coração”, diz Franca. E dom a esperança de um dia voltar aqui, acrescenta Maria.