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O eremita de Charles de Foucauld e o apreço ao clero

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DyziO / Shutterstock

Une statue de Charles de Foucauld, à Nazareth.

Vanderlei de Lima - publicado em 04/01/22

Três pontos devem, no entanto, ficar bem claros sobre essa ajuda aos clérigos

Neste artigo, pretendemos comentar algo sobre a estima que um eremita de Charles de Foucauld, sacerdote ou irmão, deve ter para com todo o clero.

São membros do clero os bispos, os padres e os diáconos. O eremita pode (e deve), na medida do possível, ajudá-los de três grandes modos. O primeiro é com a oração e a penitência. Ao saber que um diácono, padre ou bispo não está bem, deve o consagrado a Deus, na Igreja, segundo a espiritualidade de Charles de Foucauld, redobrar suas orações e penitências por ele. O segundo é tentar contato – nem sempre tão fácil – com o clérigo sofredor e oferecer-lhe a acolhida fraterna por meio da escuta e de uma hospedagem no Eremitério. Em terceiro, se o eremita for sacerdote, poderá – autorizado pelo bispo – ajudar o padre em sua paróquia até que a “tempestade” se acalme ou passe.

Ajuda aos clérigos

Três pontos devem, no entanto, ficar bem claros sobre essa ajuda aos clérigos. Antes de tudo, vale a máxima de Santo Agostinho de Hipona: “Detestar o pecado, mas amar o pecador”. Em outras palavras, se o clérigo cometeu um pecado grave, não podemos concordar com essa ofensa a Deus e aos irmãos. Mesmo perdoado (o perdão), ele há de reparar o seu erro penitenciando-se ou até pagando por ele ante a legislação canônica e civil (as penas). 

Depois, o clérigo que desejar passar alguns dias no Eremitério (casa do eremita), o fará consciente de que ali não é como uma residência episcopal ou paroquial, via de regra, com funcionária, variedade de alimentos ou automóvel disponível. Tem-se, pela graça de Deus a agir na generosidade do próximo, apenas o essencial, desde a alimentação até a acomodação, que é privativa, acolhedora, mas bastante simples e pequena. 

Por fim, há casos de doenças sérias que requerem tratamentos específicos ou o caso raro, mas possível de surgir, e que não têm tratamento, pois não é doença, e sim um modo ser: o dos psicopatas. Estas são pessoas maldosas por natureza a agirem – em vez de combaterem essa tendência – em busca de status, poder e prazer, usando, sem escrúpulo algum, a sua inteligência perspicaz, a boa lábia, o seu fingimento de bondade e vida santa para chegarem onde querem destruindo quem tentar lhes cruzar o caminho etc.

Princípio evangélico

Como quer que seja, a nenhum clérigo é, por princípio evangélico (cf. Mt 10,41-42), negada ajuda ou acolhida. Também não são feitas perguntas sobre o que houve para ele precisar de apoio (essa é uma questão íntima sua com Deus, com seu bispo, com seu confessor). Ante um eremita de Charles de Foucauld, só passa, portanto, apuros quem não tem a humildade de abrir a boca para pedir ajuda. 

Contudo, tal acolhida não leva o eremita a negligenciar a doutrina católica nem as descobertas das ciências no que toca ao comportamento de alguém que tem transtornos mentais ou que é psicopata, pois ambos são inconfundíveis. Sim, enquanto quem tem problemas mentais sofre (e muito!), o psicopata não sofre, mas faz os outros (familiares, o bispo, irmãos padres, paroquianos etc.) sofrerem.

Importa notar também que que nem todo clérigo hospedado no Eremitério está com algum problema. Há os que vêm para descanso, visita de cortesia, estudos etc. Evite julgar o próximo e o céu estará, já aqui e agora, mais dentro de você.

Lembremos, por fim, que Charles de Foucauld foi um grande apaixonado pelos ensinamentos de São Francisco de Assis, por isso, citamos aqui o santo italiano em seu apreço pelos sacerdotes: “Se eu me encontrasse com um sacerdote e um anjo, em primeiro lugar beijaria as mãos do sacerdote porque consagra e toca a Eucaristia” (Frei José Mario J. Arango. Francisco de Assis, o cavalheiro da pobreza. Aparecida: Santuário, 1989, p. 39).

Rezemos, pois, todos os dias, pela santificação do clero e busquemos ainda, dentro da prudência requerida, estar sempre perto dos nossos bispos, padres e diáconos.

O eremita de Charles de Foucauld e o apreço ao clero
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