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O Papa reza pelas pessoas em desespero com a falta de emprego

Papa Francisco aborda desespero com a falta de emprego

Antoine Mekary | ALETEIA

Francisco Vêneto - publicado em 13/01/22

Ele recordou em especial os que tiraram a própria vida em decorrência da desesperança

O Papa Francisco rezou em silêncio, durante a catequese semanal desta quarta-feira, 12, pelas pessoas em desespero com a falta de emprego – ele recordou em especial os que chegaram a tirar a própria vida em decorrência da intensidade da desesperança.

“Nestes tempos de pandemia, muitas pessoas perderam os empregos, e algumas, esmagadas por um fardo insuportável, chegaram a cometer suicídio. Gostaria hoje de recordar cada um deles e as suas famílias. Façamos um momento de silêncio para recordar aqueles homens e mulheres desesperados porque não conseguem encontrar trabalho”.

O tema da catequese foi justamente o trabalho de São José, pai adotivo de Jesus, carpinteiro na Palestina de dois mil anos atrás:

“Era um ofício bastante duro. Tinha que trabalhar com materiais pesados como a madeira, a pedra e o ferro. Do ponto de vista econômico, não garantia grandes ganhos, como podemos deduzir do fato de que Maria e José, quando foram apresentar Jesus no Templo, ofereceram apenas um casal de rolas ou pombinhas, como a Lei prescrevia para os pobres”.

O Papa também falou do trabalho que Jesus aprendeu de José:

“O adolescente Jesus aprendeu essa profissão com o pai. Quando se tornou adulto e começou a pregar, os seus concidadãos, surpresos, se perguntavam: ‘De onde Lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer milagres?’. E ficavam espantados com Ele, porque era o filho do carpinteiro, mas falava como um doutor da lei”.

Pouco antes de abordar a problemática do desespero com a falta de emprego, Francisco mencionou o panorama atual do trabalho no mundo e pediu que os fiéis pensassem “naqueles que trabalham arduamente em minas e em certas fábricas; naqueles que são explorados pelo trabalho clandestino; naqueles que contrabandeiam salários, sem reforma, sem nada”.

Falando então explicitamente do desespero com a falta de emprego, o Papa lamentou que “muitos jovens, muitos pais e mães, vivem o drama de não ter um emprego que lhes permita viver serenamente; vivem um dia de cada vez. E, muitas vezes, a procura de uma ocupação se torna tão dramática que são levados ao ponto de perderem toda a esperança e desejo de viver”.

O Papa incentivou os cristãos a se perguntarem:

“O que podemos fazer para recuperar o valor do trabalho? Que contribuição podemos, como Igreja, oferecer para que o trabalho possa ser resgatado da lógica do mero lucro e possa ser experimentado como direito e dever fundamental da pessoa, que expressa e incrementa a sua dignidade?”

Ao encerrar a catequese, Francisco rezou a prece de São Paulo VI a São José por ocasião do 1º de maio de 1969:

“Ó São José, Padroeiro da Igreja, vós que, ao lado do Verbo encarnado trabalhastes todos os dias para ganhar o pão tirando d’Ele a força para viver e labutar; vós que experimentastes a ansiedade do amanhã, a amargura da pobreza, a precariedade do trabalho; vós que irradiais hoje o exemplo da vossa figura humilde perante os homens, mas grandíssima diante de Deus, protegei os trabalhadores na sua dura existência quotidiana, defendendo-os do desânimo, da revolta negadora, bem como das tentações do hedonismo; e preservai a paz no mundo, aquela paz que, por si só, pode garantir o desenvolvimento dos povos. Amém”.

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