Por causa das dívidas, mais de 1.800 Santas Casas e hospitais filantrópicos em todo o Brasil fizeram uma paralisação parcial de 24 horas nos atendimentos eletivos durante esta terça-feira, 19.
O objetivo da paralisação foi reforçar a necessidade de recursos emergenciais, uma vez que a rede hospitalar filantrópica responde por mais de 50% dos atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A paralisação suspendeu consultas, cirurgias eletivas, oncologia e exames, a serem reagendados. Os pacientes foram previamente informados. As instituições que não puderam paralisar os atendimentos participaram de forma simbólica do protesto, com o uso de camisetas pretas e panfletagem, por exemplo.
A Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) está promovendo a iniciativa “Chega de silêncio!” para alertar a sociedade e o poder público sobre “a maior crise financeira já enfrentada pelo setor filantrópico”, endividado em mais de R$ 20 bilhões. O cenário pode ficar ainda mais difícil com a instituição do piso salarial da enfermagem, que tramita na Câmara e, se aprovado, impactará o orçamento dos hospitais em mais R$ 6,3 bilhões.
Rodrigo Matos, provedor da Santa Casa de Feira de Santana, BA, comentou a respeito, em declarações repercutidas pelo portal O São Paulo, da arquidiocese paulistana:
“Cada município tem uma relação específica com suas filantrópicas. Mas o subfinanciamento é uma realidade nacional e por isso que todas as filantrópicas estão buscando de forma urgente uma discussão sobre o financiamento dessas instituições. Mais de 50% dos serviços de saúde são ofertados pelas Santas Casas. A execução de serviços de saúde pelo SUS passa de 70%, ou seja, as filantrópicas carregam o Sistema Único de Saúde nas costas, e de uma forma efetivamente de qualidade”.
