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Rússia expulsa padre do Opus Dei por mencionar guerra na Ucrânia

Rússia expulsa o padre Fernando Vera

peterpaul.msk.ru

Pe. Fernando Vera

Francisco Vêneto - publicado em 22/04/22

O pe. Fernando teve 24 horas para deixar o país, sem poder sequer celebrar a Vigília Pascal e o Domingo da Ressurreição

A Rússia expulsou um padre do Opus Dei por mencionar a guerra na Ucrânia: o pe. Fernando Vera, mexicano, era pároco na igreja de São Pedro e São Paulo, em Moscou, e teve 24 horas para deixar o país, sem poder sequer celebrar a Vigília Pascal e o Domingo de Páscoa. O sacerdote estava na Rússia já fazia sete anos.

Segundo a agência Gaudium Press, fiéis russos testemunharam que o sacerdote costuma “ser franco e direto, mas isso deixou de ser uma virtude no nosso país”. Os paroquianos russos também relataram que atualmente “é difícil não cair no crime de ‘difamação das autoridades e do exército'”, pois basta mencionar a guerra na Ucrânia para ser enquadrado pelas rígidas leis russas que censuram a liberdade de opinião e de expressão.

De fato, o regime de Vladimir Putin simplesmente proíbe os cidadãos de considerarem que está ocorrendo uma guerra, já que a narrativa oficial insiste em alegar que está “apenas” sendo realizada uma “operação militar especial”.

Cidadãos russos que protestam contra a guerra na Ucrânia são multados ou até presos. Ainda mais intensa é a censura contra quem tem poder de influência sobre as opiniões, como é o caso dos clérigos, particularmente se forem estrangeiros – e há um número relativamente alto de missionários católicos estrangeiros na Rússia, dado que, sendo um país majoritariamente ortodoxo, não há sacerdotes católicos nativos em quantidade suficiente para atender as cerca de 300 paróquias espalhadas pelo vastíssimo território.

Uma vez que o governo da Rússia expulsou o pe. Fernando Vera em plena Semana Santa, o próprio arcebispo dom Paolo Pezzi presidiu pessoalmente os ritos do Tríduo Pascal e do Domingo da Ressurreição na paróquia moscovita.

A censura e a perseguição contra padres que questionam a guerra na Ucrânia também tem se intensificado na Bielorrússia, cujo ditador, Aleksandr Lukashenko, é aliado incondicional de Vladimir Putin.

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