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Astro dos anos 90, Brendan Fraser causa comoção no Festival de Veneza

Brendan Fraser na pré-estreia de The Whale na 79ª edição do Festival de Veneza

Cinzia Camela / NurPhoto / NurPhoto via AFP

Brendan Fraser na pré-estreia de The Whale durante o 79º Festival de Veneza

Beatriz Camargo - publicado em 07/09/22

Protagonista de The Whale, ator foi aplaudido por seis minutos na première do filme em que interpreta Charlie, um professor de inglês obeso e solitário que busca se reaproximar da filha

Brendan Fraser, um dos atores mais queridos dos anos 90, encontrou novamente um papel à altura de seu carisma.

Protagonista de grandes produções dos anos 80 e 90, como George, o Rei da Floresta e A Múmia, o ator esteve longe dos holofotes nos últimos anos.

Mas tudo indica que seu mais novo filme será o passe para sua volta a Hollywood.

The Whale é um drama psicológico dirigido por Darren Aronofsky (conhecido por produções como Mãe!, de 2017, e Noé, de 2014) baseado numa peça teatral escrita por Samuel D. Hunter.

No filme, ele interpreta Charlie, um professor de literatura de Ohio que pesa 272 kg e vive sozinho em seu apartamento caótico.

Deprimido pela viuvez, ele se tornou obeso mórbido e não consegue controlar sua compulsão por comida.

A doença já afetou seu coração e, temendo por sua vida, ele busca se reaproximar de Ellie, a filha de 17 anos que ele não vê desde que abandonara a família há oito anos.

Brendan Fraser como Charlie em The Whale
Em The Whale, Brendan Fraser dá vida a Charlie, um homem que busca redenção

Um homem com 272 kg

Para dar vida a Charlie, Brendan Fraser ganhou alguns quilos. Mas, devido ao grande corpo do personagem, o ator precisou também usar pesadas próteses em cena.

Tais recursos exigiam mais esforço físico de Brendan durante as gravações e que, em parte, lhe ajudou a entrar no estado emocional de Charlie.

E Brendan parece ter sido muito convincente no papel.

Segundo a crítica especializada, mesmo envolto em camadas de borracha e enchimentos, ele consegue comover o público com suas expressões faciais, sua fala suave e seu olhar cativante.

“Acho poético que o trauma que ele carrega se manifeste no peso físico de seu corpo”, explicou o ator durante a coletiva de imprensa realizada em Veneza na véspera da estreia do filme.

Durante a conversa com os jornalistas, ele declarou que seu papel em The Whale foi o “maior desafio” de sua carreira:

“Eu precisei aprender a me mover de uma maneira totalmente nova. Desenvolvi músculos que não sabia que tinha. Chegava até a sentir vertigens quando, no final do dia, todos aqueles paramentos eram retirados (..) Ele me fez sentir apreço por aqueles cujos corpos são semelhantes, porque aprendi que você precisa ser uma pessoa incrivelmente forte, físico e mentalmente, para habitar esse corpo”.

Redenção

Após a primeira exibição pública de The Whale, no último domingo (04/09), Brendan Fraser pode sentir o quanto Charlie cativou os expectadores do Festival de Veneza.

Após os créditos finais, o Teatro Sala Grande foi preenchido com aplausos durante seis minutos ininterruptos. Frente ao carinho da plateia, Fraser não conseguiu conter as lágrimas.

Com a tamanha comoção do público e as boas críticas da imprensa, Fraser já é visto como um forte concorrente na categoria Melhor Ator na cerimônia do Oscar 2023.

Ficção X Realidade

O sucesso de “The Whale” fez ressurgir nos sites de notícias o drama pessoal de Brendan Fraser nas últimas décadas, resgatando fatos que muitos de seus fãs desconhecem.

Em 2016 ele lidou com uma profunda depressão após a morte da mãe.

Na época, suas aparições públicas com o semblante visivelmente abalado o transformaram numa série de memes de mau gosto.

Eles faziam piadas com sua saúde mental e os problemas que enfrentava com o pagamento de pensão alimentícia para a ex-esposa.

Outro fato que muitos desconhecem é que em 2018 ele se tornou uma das vozes masculinas no movimento #metoo.

Na ocasião, ele revelou que sofrera assédio sexual em 2003 de Philip Kerk, que na época era presidente da Hollywood Foreign Press Association (HFPA).

Além disso, os inúmeros filmes de ação que estrelou lhe causaram sérios problemas de saúde. Ao longo de sete anos, ele passou por constantes tratamentos médicos e internações hospitalares.

Fraser enfrentou várias cirurgias na coluna, colocou próteses num dos joelhos e, ainda, teve de tratar cordas vocais lesionadas.

Mas todos os problemas parecem ter ficado para atrás. Em uma das declarações dadas na coletiva de imprensa “The Whale”, Fraser demonstra estar extremamente realizado com seu mais recente trabalho.

“De longe, acho que Charlie é o homem mais heroico que já interpretei. Porque seu superpoder é ver o bem nos outros e trazer isso à tona. E nesse processo, ele está em sua jornada de salvação,” disse.

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