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O mistério das clarissas mumificadas em um mosteiro na Itália

CLARISSE

Clarisse Eremite Fara Sabina

Maria Paola Daud - publicado em 31/10/22

Uma história de mais de 400 anos que continua surpreendendo a todos

No mosteiro das Clarissas eremitas, na cidade de Fara Sabina (Itália), estão as anfitriãs de honra: 17 freiras cujos corpos foram encontrados intactos.

O mistério das clarissas mumificadas começa em 1806 com a promulgação do edito napoleônico Saint Cloud, no Reino da Itália.

O edito estabelecia que os sepultamentos deveriam ocorrer fora dos muros da cidade, em locais ensolarados e ventilados. Isso porque os estudos científicos da época diziam que os túmulos dentro da cidade causavam doenças e epidemias.

Além disso, todas as sepulturas tinham que ser iguais, a fim de evitar discriminação. Para o ilustre falecido, havia uma comissão de magistrados para decidir o que deveria ser esculpido no epitáfio da lápide.

Esse documento teve, portanto, dois motivos básicos: um higiênico-sanitário e outro ideológico-político.

Desta forma, seguindo a determinação de Saint Cloud, as clarissas foram obrigadas a desenterrar os corpos de suas irmãs do cemitério particular e transferi-los para os arredores da cidade.

Foi quando elas tiveram uma grande surpresa: 17 corpos estavam intactos e com as musculaturas ilesas.

Diante da cena, as religiosas preferiram conservar os corpos, colocando-os dentro de uma parede do mosteiro.

Facebook | Clarisse Eremite Fara Sabina

A segunda Guerra Mundial

No fim da Segunda Guerra Mundial, os aliados bombardearam boa parte do mosteiro.

Em 1963, a madre abadessa Beatrice Mistretta, decidiu mudar as regras rígidas das clarissas, que viviam em completo silêncio (era completamente proibido se expressar com palavras). Juntas, as irmãs reconstruíram o mosteiro danificado pelo bombardeio.

E junto com suas irmãs ela parte para reconstruir o mosteiro, sendo elas próprias carpinteiras e pedreiras.

Facebook | Clarisse Eremite Fara Sabina

E, novamente, a grande surpresa: durante os trabalhos de reconstrução, os corpos das 17 irmãs reapareceram entre a alvenaria. Eles estavam igualmente intactos. Ou seja: nem as bombas conseguiram prejudicá-los.

Exame com Carbono 14

Os corpos das clarissas passaram por uma análise com carbono 14, o que confirmou sua idade: meados do século XVII, coincidindo precisamente com a data de fundação do mosteiro.

Em 1994, as clarissas decidiram colocar os corpos numa urna de vidro. Antes, porém, vestiram os cadáveres e nenhum corpo se desfez.

Atualmente, as irmãzinhas costumam rezar junto com suas irmãs de quatro séculos. Muitos podem dizer que é um ato um tanto macabro, mas na verdade é um ato de fé.

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