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A debandada da Nicarágua: 17% da população já fugiu do país

Nicarágua vê população em fuga do regime ditatorial

STRINGER / AFP

Migrantes nicaraguenses na fronteira com El Salvador em 23 de noviembre de 2022

Jaime Septién - publicado em 27/12/22

"Menos de cinco por cento estão voltando. É uma questão dramática"

Em abril de 2018, depois que o regime da Nicarágua fez uma série de reformas da previdência social, protestos de cidadãos de todos os níveis socioeconômicos e intelectuais tomaram as ruas de Manágua e de outras cidades do país.

O protesto popular foi logo silenciado pelo método preferido do autoritarismo latino-americano: a repressão direta. Além de um número próximo a 355 mortos e cerca de mil presos políticos, a diáspora nicaraguense assumiu um caráter dramático, segundo os números levantados pela organização Diálogo Interamericano. O exílio de cidadãos nicaraguenses, que começou por motivos políticos e por causa da violência do regime, continuou também devido às condições econômicas extremas – repetindo os casos da Venezuela e de Cuba.

Nos últimos quatro anos, 481.000 nicaraguenses seguiram o caminho do exílio, o que significa que, no final de 2022, 17% da população do país centro-americano já se vê forçada a viver fora da própria terra.

O principal destino de cidadãos nicaraguenses são os Estados Unidos, com 263.000 deles vivendo hoje em seu território. Em seguida, com 156.000 pessoas, vem a vizinha Costa Rica, principal destino dos refugiados políticos – enquanto nos Estados Unidos predomina a migração motivada pelas condições econômicas.

Aliás, a Costa Rica foi o principal destino em 2019 e 2020, mas perdeu o posto para os Estados Unidos entre 2021 e 2022. Este ano fechará com um número recorde de quase 172.000 nicaraguenses tentando a sorte na federação norte-americana.

Quando se revisam os números de nicaraguenses emigrados nos últimos quatro anos, dimensiona-se a debandada causada pelo regime sandinista. Das 10.651 pessoas que saíram em 2019, passou-se para 14.773 em 2020, saltou-se para 161.269 em 2021 e, finalmente, chegou-se ao recorde histórico de 295.135 em 2022.

Os que saem alimentam os que ficam… mas também alimentam o regime

Em declarações ao portal Infobae, o diretor da organização Diálogo Interamericano, Manuel Orozco, destacou dois fatores principais que levaram tantos cidadãos a deixar a Nicarágua este ano – e também em 2023, se as condições não mudarem: o medo e a descrença no sistema.

A aceleração da “debandada”, disse Orozco, só é comparável ao que aconteceu na Ucrânia, na Síria ou na Venezuela. E as pessoas que saem não voltam mais, o que gera um déficit de capital humano que vem piorando gradativamente nos últimos quatro anos.

“Desde 2019, e principalmente de outubro de 2020 para cá, não há retorno. Menos de cinco por cento estão voltando. É uma questão dramática”.

Curiosamente, as remessas que os emigrados enviam dos Estados Unidos para seus familiares reduziu a derrocada econômica do sandinismo, já que esses recursos mantêm a economia girando ainda que em condições básicas.

“É um paradoxo cruel… Mas se, para boicotar o regime, eu deixasse de enviar dinheiro para a minha família, também afetaria diretamente a minha família”.

Ele finaliza:

“Fizemos uma pesquisa em maio de 2022 e perguntamos aos nicaraguenses no exterior se eles deixariam de enviar dinheiro como parte de um protesto político. 98% disseram que não. Quem é que vai culpá-los?”

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criseIdeologiaPerseguiçãoPolítica
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