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3 sinais que indicam que você tomou a decisão correta

Gratidão e tristeza no final do ano

DimaBerlin | Shutterstock

Mathilde de Robien - publicado em 13/01/23

O que você sente na hora de tomar decisões importantes na sua vida? O estado da sua alma pode ser um sinal de que a escolha que você está fazendo é certa ou não

Santo Inácio de Loyola é um precioso companheiro quando precisamos tomar importantes decisões em nossa vida. Casar? Ir a uma missão? Aceitar um emprego? Tempo integral ou tempo parcial? As oportunidades que nos aparecem convidam-nos a dedicar tempo ao discernimento. 

Com base nos escritos de Santo Inácio, o Papa Francisco deu, recentemente, uma série de catequeses sobre o discernimento. Em uma delas, ele mencionou “os sinais que confirmam e os que a invalidam” uma decisão correta. Trata-se de uma forma de ter a certeza que você fez a escolha certa e, assim, seguir em frente.

De fato, o processo de tomada de decisão só termina na confirmação de Deus de que “a coisa realmente vem dele”, disse Santo Inácio. Entre as pistas desenvolvidas por Loyola para confirmar se a decisão é certa ou não, destacamos três sinais, os mais facilmente identificáveis: a alegria e a paz que emanam de uma boa decisão, assim como a facilidade de sua implementação.

1Alegria interior

O primeiro sinal que confirma que a decisão tomada é acertada reside no que Santo Inácio chama de consolação espiritual. É um certo movimento que ocorre em sua alma, um movimento interior que traz alegria e paz. “Chamo de consolação todo aumento da esperança, da fé e da caridade e toda alegria interior que chama e atrai para as coisas celestiais e para a própria salvação da alma, acalmando-a e pacificando-a em seu Criador e Senhor”, escreveu Santo Inácio.

“A consolação espiritual é uma profunda experiência de alegria interior, que nos permite ver a presença de Deus em todas as coisas”, explica o Papa. “A consolação é um movimento íntimo que toca as profundezas de nós mesmos. Não é ostentosa, mas suave, delicada, como uma gota de água numa esponja”, exemplifica o Pontífice, retomando a metáfora de Santo Inácio. 

Consolação é quando você se sente unido a Deus. Inversamente, Santo Inácio chama de desolação o estado de agitação, tristeza, tédio, preguiça ou divisão interior.

É muito útil saber identificar esses dois estados, pois isso permite confirmar ou não uma decisão. Uma vez tomada a decisão, trata-se de identificar seu efeito: ela leva a um estado de consolação? Ou para um estado de desolação? Se for o efeito de consolação, confirmo a decisão e continuo na mesma direção. Se for um efeito de desolação, volto atrás e sigo outro caminho.

Santo Inácio especifica que, para ser verdadeira, essa consolação deve ser duradoura. Não pode ser uma alegria passageira. Ele próprio experimentou isso, e assim também nasceu sua experiência espiritual: enquanto estava imobilizado em sua cama por causa de um ferimento durante o cerco de Pamplona, ​​​​pontuou seus dias de leitura piedosa e devaneios. Ele percebeu que, quando lia sobre a vida de Cristo ou dos santos, vinha a ele o desejo de imitar esses santos para a glória de Deus. Mas, quando os pensamentos mundanos iam até ele, eles apenas lhe traziam uma alegria passageira e depois o deixavam descontente. Por outro lado, as façanhas dos santos por Cristo o deixam consolado, feliz e alegre.

2Paz interior

Outro elemento específico da consolação espiritual: a paz interior. “Os pensamentos do mundo são atraentes no início, mas depois perdem o brilho e saem vazios, descontentes”, explica o Papa. “Os pensamentos de Deus, por outro lado, despertam resistência no início, mas quando são aceitos, trazem uma paz desconhecida, que dura muito tempo”. Assim, a alma fica em paz consigo mesma e com o mundo.

Da mesma forma como a alegria duradoura é um sinal de uma boa decisão, a paz duradoura também é. “Se te dá uma paz que dura com o tempo, é bom sinal, sinal de que o processo foi bom. Uma paz que traz concórdia, unidade, fervor, zelo”, sublinha Francisco.

“O ser humano pode reconhecer que encontrou o que procura quando seu dia se torna mais ordenado, quando percebe uma crescente integração entre seus múltiplos centros de interesse, quando estabelece uma correta hierarquia de importância e consegue viver isso com facilidade”.

3Certa facilidade

Último sinal de uma boa decisão: a relativa facilidade de sua implementação. 

“No final correu tudo bem”, “começou muito mal mas não sei como, correu tudo maravilhosamente bem”, “foi inesperado mas tivemos sorte, ainda havia lugar”. Quem nunca ouviu parentes testemunharem que finalmente saíram de situações que pareciam impossíveis ​​à primeira vista? O que parecia difícil, intransponível, finalmente se torna simples e fácil. Tudo acontece como se os obstáculos desaparecessem por si mesmos. 

Uma vez que a alegria e a paz são sentidas de forma profunda e duradoura, e todos os elementos parecem concordar para facilitar a concretização de uma decisão, resta apenas acionar a sua liberdade e fazer a escolha. 

Com efeito, não basta prestar atenção aos seus movimentos interiores. O objetivo é rejeitar as más moções e receber as boas. “O conhecimento espiritual é vão se não tiver consequências no compromisso da nossa vida, se não se traduzir em decisões”, pregou o padre jesuíta Arnaud de Rolland por ocasião de uma Conferência Quaresmal. 

“Tal pensamento que percebi como mortal, não ouço mais; tal pensamento que percebi como vindo de Deus, eu o sigo. É a esta configuração em Cristo que cada batizado é chamado através das escolhas que faz cotidianamente. Desejo último a que aspirava Santo Inácio, e que o fazia fechar as suas cartas com a seguinte fórmula: ‘Que a sua infinita Bondade nos dê a todos a graça em abundância para sentirmos sempre a sua santa vontade e cumpri-la com perfeição”.

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