Após proibir a Via Sacra em espaços públicos de todo o país durante a Quaresma, o regime de Daniel Ortega sufocou mais uma tradição da Semana Santa: vários jovens tiveram que se refugiar em lares e paróquias
Uma tradicional procissão de Semana Santa costumava ocorrer pelas ruas de Nindirí, no departamento nicaraguense de Masaya, na segunda-feira deste especialíssimo período litúrgico cristão: a procissão de “Los Cirineos”, ou Cirineus, inspirada em Simão de Cirene, o homem que ajudou Jesus a carregar a cruz no caminho do Calvário.
As pessoas de diferentes idades que, vestidas de túnicas, saíam em procissão com uma cruz, neste ano foram não apenas impedidas, mas literalmente perseguidas pela polícia da ditadura da Nicarágua.
Segundo meios de comunicação locais como o Despacho 505, jovens que participavam da procissão tiveram de se refugiar em casas de particulares e na paróquia de Santa Ana, local de onde a procissão costumava sair.
O Despacho 505 noticia que “a Polícia chegou a Nindirí para proibir a saída dos tradicionais Cirineus. Os jovens que se preparavam para realizar a atividade foram perseguidos por toda a cidade. Não se sabe se há detidos. A população ajudou vários a se esconderem e fugirem da polícia”. O portal remete as informações a fontes territoriais da ONG Azul e Branco Unidade Nacional (UNAB), que luta pela liberdade na Nicarágua.
A perseguição contra os jovens pelas ruas de Nindirí foi registrada em fotos e vídeos que circularam pelas redes sociais.