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“Aprendendo com São Bento”

Detail of stained glass window depicting face of St. Benedict of Nursia

Nancy Bauer | Shutterstock

Vanderlei de Lima - publicado em 04/06/23

Para São Bento, o monge é um homem frágil, enfermo e pecador, como qualquer outro ser humano, mas tem as qualidades necessárias para chegar à perfeição. Entenda:

Dom Anselmo Chagas de Paiva, OSB, monge sacerdote no mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, diretor da Faculdade homônima na mesma cidade, doutor em Direito Canônico e escritor, brinda-nos, por meio da Editora Benedictus, com o livro Aprendendo com São Bento: uma análise teológica e espiritual de alguns capítulos da sua Regra

Já de início, fundamentado em competentes estudiosos, Dom Anselmo escreve: “Indiscutivelmente, a Regra de São Bento está sedimentada a partir de um profundo valor humano. Podemos afirmar que São Bento é um humanista, enquanto considera o homem em sua dignidade, reconhecendo sua importância e seu valor. Para São Bento, o monge é um homem frágil, enfermo e pecador, como qualquer outro ser humano, mas tem as qualidades necessárias para chegar à perfeição. Sua solicitude para com as necessidades do homem é uma constante em toda a Regra. A boa ordem, a disciplina, as muitas observâncias não têm outra razão de ser, senão a saúde espiritual e humana de cada um de seus discípulos. O homem, na Regra de São Bento, é visto como pessoa de grande valor, o que constitui um dos seus maiores méritos”.

“Podemos constatar, pela estrutura da Regra, que é sobre o modelo de família que São Bento quer construir sua ‘escola de serviço do Senhor’ [RB Pról. 45]. As relações entre o Abade e os irmãos, e as relações mútuas entre os próprios irmãos, a autoridade e a obediência, a submissão e os direitos da razão – tudo é moderado com um equilíbrio cristão, que faz da Regra de São Bento uma obra-prima de inestimável valor. Nela encontramos, mais precisamente, uma forma de vida, sendo reconhecida por todos os sucessivos legisladores como um monumento de sabedoria e de perene atualidade, porque os seus ensinamentos oferecem garantia de segurança, de fecundidade e de clareza, enquanto derivam de sua perfeita adesão à Sagrada Escritura e ao Magistério da Igreja. Fruto de experiência das gerações anteriores, a Regra de São Bento é um testemunho que forma o suporte da vida pessoal e comunitária, orientando o monge para o ideal que reúne a família monástica” (p. 21).

Estas palavras do sábio monge canonista definem bem o conteúdo e a importância da Santa Regra e, a seu modo, fazem eco às palavras do Papa Pio XII ao colocar, no número 13 da encíclica Fulgens radiatur, a seguinte constatação de Bossuet: “Na Regra beneditina, […] andam harmonicamente conjugadas a prudência e a simplicidade, a humildade cristã com o exercício das virtudes mais árduas. A severidade e a moderação dão-se as mãos e a própria obediência se enobrece com uma liberdade sã. Uma indulgência sorridente e compreensiva suaviza o rigor dos corretivos, e a recreação elegante e caridosa, a austeridade do silêncio. Mantém-se inteiramente de pé a disciplina, mas a obediência infunde nas almas a tranquilidade e a paz. Numa palavra, a autoridade é exercida e os fracos não carecem de auxílio (Bossuet. Panég. de S. Benoit – Ouvres compl., vol. II. Paris, 1863, p. 165)”.

Dom Anselmo, ao analisar os capítulos 5, 6, 20, 33, 36, 52, 53, 66, 68 e 72 da santa Regra, usa, para cada um deles, a mesma metodologia, isto é, uma introdução, a fundamentação bíblica do capítulo em foco, sua exegese e, por fim, o resumo do conteúdo exposto. Para elucidar o que dissemos, transcrevemos um breve trecho da conclusão da análise do capítulo 33 (“Se os monges devem possuir alguma coisa de próprio”). Aí, o religioso escritor chama a atenção para o exemplo do texto aos frequentadores do cenóbio e aos próprios monges: “Vivenciar este capítulo da Regra de São Bento nos dias atuais, poderia ser um testemunho de desapego e de simplicidade para as pessoas que frequentam o mosteiro. Um olhar para nós mesmos pode dolorosamente constatar que nem sempre somos observantes nas suas prescrições, possa isto ser motivo de humildade e mostrar-nos nitidamente o quanto precisamos de Deus” (p. 117).

Agradecidos, parabenizamos o competente autor e fazemos votos para que, em breve, ele nos ofereça igual comentário ao Prólogo e aos demais capítulos da santa Regra.

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