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A verdade verdadeira

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Julia A. Borges - publicado em 27/08/23

A verdade é meta, é alvo certo desde a época mais remota que se tem registro. Entenda:

É fato que dez entre dez indivíduos dizem querer a verdade e a buscam, cada um ao seu próprio modo e de acordo com a cada situação vivida. Se o indivíduo é assim, também é possível ampliar tal percepção a um conjunto de pessoas, a uma sociedade, e por que não ao pensamento humano em geral? A verdade é meta, é alvo certo desde a época mais remota que se tem registro. Se pensarmos no tripé filosófico – Sócrates, Platão e Aristóteles – mais conhecido da humanidade, é inegável que havia a motivação pelo encontro com a luz.

A compreensão do que se entende como verdade passa, inevitavelmente, pela realidade que nos cerca, afinal não é que a veracidade mude, mas como a sua percepção depende de um variado repertório, é comum encontrarmos uma gama de concepções bem grande, e tal circunstância ocasiona uma análise equivocada do real. Ou seja, só existe uma verdade, entretanto, os acontecimentos externos e as percepções individuais acabam desviando o homem desse caminho reto e correto.

Sócrates possuía seu próprio método dialético de compreensão e buscava, por meios de diálogos instigantes, a razão das coisas. Assim como ele, Platão e Aristóteles deixaram claro que existe uma razão objetiva na realidade, à qual, querendo ou não, precisamos nos adequar. Do contrário, não conseguiremos ordenar as coisas de acordo com o fim para o qual existem. Mas, para isso, precisamos buscar a verdade e contemplá-la, sem aderir à instrumentalização da razão que impera em nossos tempos.

Ao longo da vida, vamos acoplando cargas que tendem a nos desviar da verdade central que nos move, uma verdade que se encontra no âmago de nossa existência, mas que se não houver atenção, pode ser encoberta pela maneira equivocada de viver, que visa as realidades externas e cala a voz que não berra, voz mansa, mas que soa aos ouvidos desde a primeira batida do coração.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Em Jo 14:6, Cristo revela que há uma verdade, há um caminho, e tal fala não deixa margens para erro, ou ao menos não deveria deixar. Entretanto, com o passar do tempo, e com o amadurecimento, o homem vai criando as suas próprias armaduras transvestidas de concepções reais e passa a criar e recriar suas ideias através unicamente do que vê e do que sente, sendo assim, guiado por sentidos e instintos que constantemente tendem a se alteram de acordo com o meio.

A verdade é imutável porque não se trata de ideologias ou ferramentas de discurso de convencimento de simples propaganda, todavia, o que se percebe é que atualmente o óbvio tem se tornado peça rara e as sombras da ignorância e do obscurantismo acabam por afastar o ser humano da luz que o chama para a contemplação verdadeira daquilo que desde o ventre fomos convocados.

Portanto, faz-se necessário despir-se das certezas adquiridas ao longo vida para ser capaz de, como consta em Efésios 6: 13-17, “(…) vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.”.

Afinal, se o objetivo é a busca das reais respostas, é preciso em primeiro lugar buscar a Cristo para que todo o resto seja solo fértil para o recebimento da verdade.

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