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“Opus Dei: O que dizem ser e o que realmente é”

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Oficina de Informacion de la Prelatura del Opus Dei en Espana CC BY SA 2.0 modified

Angelo Scabin - publicado em 24/10/23

As críticas ao Opus Dei foram, e são ainda hoje, pesadas. Não obstante a tudo isso, a instituição continua a existir com pujança

A nova e atualizada edição do livro do Frei Vanderlei Lima nos traz uma análise séria, acessível e serena sobre a muito falada Prelazia, com referências de primeira mão, levando os leitores a formarem suas próprias opiniões.

“Opus Dei” – a reação de quem escuta essas palavras raramente é de indiferença. Alguns reagem com desconfiança e suspeita; outros, com certos tons de admiração. Fato é, porém, que muitas dessas reações são de ignorância. Desde sua fundação, em 1928, por São Josemaria Escrivá, o Opus Dei (ou a Obra) vem sendo alvo de muitas críticas, tanto de setores mais liberais como dos mais conservadores. Atualmente, com as reformas nos estatutos, pedidas pela Santa Sé, o Opus Dei está, outra vez, em pauta. Notícias que tratam de uma suposta redução da autonomia, diminuição de privilégios etc. etc. etc. começaram a aparecer por toda parte. Os críticos se excedem em sensacionalismo, obscuridade e particularidades episódicas.

O que o Frei Vanderlei Lima nos propõe, porém, é um livro simples e – percebam que não estou usando adversativo – potente. O que isto significa? O autor nos apresenta uma análise informativa e clara, com base nos seus muitos anos de estudo sobre o Opus Dei e contato com seus membros. Poderíamos dizer que se trata de uma obra serena, bem pesquisada e acessível.

Não sendo membro, ex-membro, nem opositor do Opus Dei, o autor apresenta uma análise desapaixonada e comprometida com a veracidade. Com muita tranquilidade e desejando apenas dar aos leitores a verdade que seus olhos veem, o Frei Vanderlei Lima, optou por mostrar o Opus Dei tal e qual.

Sendo estudioso do tema desde os anos 2000, o autor leu muitíssimo sobre a Obra, com rigor metodológico. Dentre as leituras, podemos contar os escritos dos críticos, documentos pontifícios, obras de direito canônico e textos da própria Prelazia da Santa Cruz e Opus Dei. 

Interessantemente, o autor cita, além da sua vasta bibliografia, testemunhos pessoais de membros, colhidos não por meios oficiais, mas na base do “tête-à-tête”, isto é, tirados de conversas pessoais. Esse ponto é muito intrigante, porque não se trata de uma série de perguntas dirigidas a qualquer órgão de informações da Prelazia, mas diretamente feitas a seus membros. Vemos pessoas com as mais diversas histórias e personalidades, que, conhecendo o autor, confiaram-lhe a sua experiência pessoal no Opus Dei.

O livro, porém, não se dedica a pessoas versadas no assunto, como o rigor metodológico e as referências utilizadas dão a entender. Quem não conhece nada acerca do Opus Dei – além dos muitos boatos e achismos – pode ler, sem medo de avalanches de linguagem técnica. Com seu estilo simples e explicativo, o autor leva seus leitores por um rio tranquilo e sereno, para que vejam tudo com calma.

Para todas as pessoas que desejam um critério racional e sereno para avaliar as notícias sobre a Prelazia, o autor oferece uma ferramenta eficaz. Quem se interessar em formar sua própria opinião sobre o Opus Dei e explorar as críticas feitas a esta instituição, o livro será uma leitura indispensável, a expandir horizontes de compreensão e esclarecimento.

Que é o Opus Dei?

Publicado pela Editora Ixtlan, o livro Opus Dei. O que dizem ser e o que realmente é, tem 102 páginas, com ilustrações, distribuídas em cinco capítulos assaz esclarecedores.

Eis o Sumário: I. Que é, em linhas gerais, o Opus Dei? II. As mudanças instituídas para o Opus Dei não afetam o seu carisma. III. Vocação: a família biológica e a família sobrenatural. IV. A Obra de Deus sob ataques bem arquitetados. V. Práticas vigentes – ou não – no Opus Dei. Dúvidas e esclarecimentos. Conclusão. Em Apêndice: Os graves erros anticatólicos de O Código da Vinci.

O objetivo da obra e a sua linha de raciocínio já se encontram na Introdução: “O Opus Dei, instituição católica fundada por São Josemaría Escrivá de Balaguer, em 1928, na Espanha, com a missão de promover entre pessoas de todas as classes da sociedade a mensagem da chamada universal à santidade, no seu próprio ambiente de vida, de família e de trabalho, sempre sofreu pesadas críticas nos seus quase 100 anos de história. Nos nossos dias, a realidade não é tão diferente. Daí, a necessidade de oferecermos alguns comentários positivos sobre a Obra de Deus (tradução de Opus Dei) às pessoas amigas que nos questionam a respeito dessa Prelazia pessoal da Igreja Católica Apostólica Romana. Não nos furtamos, apesar dos não poucos nem pequenos contratempos, a tão árdua tarefa” (p. 7). Dito isso, pensamos ser útil esclarecer alguns pontos especiais.

Que é o Opus Dei? – “O Opus Dei é uma instituição da Igreja Católica, cuja missão é promover, entre pessoas de todas as classes da sociedade, a mensagem da chamada universal à santidade, isto é, que todos os cristãos são chamados por Deus à plenitude da vida cristã, no exercício de seu trabalho, na vida familiar, nas relações sociais e em todo o amplo panorama das atividades humanas. O Opus Dei pretende ajudar as pessoas que vivem e trabalham no meio do mundo a levar uma vida plenamente cristã, coerente com a fé, sem modificar o seu modo normal de vida, o seu trabalho cotidiano, as suas aspirações e anseios” (p. 9). Ela está presente, hoje, em 70 países e mereceu apreço e acolhida de todos os Papas: de Pio XII a Francisco, conforme se vê em fotos reproduzidas ao longo do livro.

As críticas ao Opus Dei foram, e são ainda hoje, pesadas. Não obstante a tudo isso, a instituição continua a existir com pujança. Afinal, a perseguição faz parte da nossa vida cristã, conforme afirmou Nosso Senhor: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Acusa-se a Obra de fazer ampla restrição dos membros celibatários ao contato com a família biológica, de promover manipulação mentallavagem cerebral ou algo análogo a fim de programar o novo membro, qual zumbi, e levá-lo, assim, a aceitar, sem raciocinar, tudo o que lhe for imposto, de ser incentivadora da autoflagelação (termo de forte carga emocional), por meio do cilício e da disciplina – práticas cristãs legítimas –, e de promover a repressão sexual (outra palavra bem escolhida para causar choque na opinião pública) e não a reta vivência da castidade ou do celibato católico etc. Cada uma dessas críticas – e outras delas decorrentes – é, de modo sereno e ponderado à luz da fé católica, respondida no nosso livro. Afinal, toda pessoa tem direito à boa fama (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 2475-2487; Código de Direito Canônico, cânon 220).

Por fim, o depoimento de um jovem numerário (membro celibatário que vive em um Centro da Obra) sobre a verdadeira amizade: “Nos centros do Opus Dei – e esse era o desejo do Nosso Padre –, todos devem se sentir muito queridos. Daí que cada membro é incentivado a ter ‘amizades particulares’ (num bom sentido) com todos, isto é, ser verdadeiramente amigo de cada um dos nossos irmãos, de modo especial, sem excluir os outros. É muito comum, aliás – e isso faz parte do meu dia a dia –, fazermos planos com um dos nossos irmãos” (p. 86). 

Que o livro ajude, pois, a cada um(a) a entender o Opus Dei como ele realmente é e não como dizem ser.

Mais informações e pedidos: refletindo6@gmail.com

Tags:
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