Dan Brow, um escritor norte-americano de muito sucesso e conhecido no mundo inteiro por seus livros de suspense recheados de referências à história da arte, arquitetura e simbologia. Seus livros são de tão fácil e empolgante leitura que, muitas vezes, serve como um incentivo para o hábito de leitura entre jovens e adolescentes.
Apesar de ser uma leitura agradável e com referências interessantes, é sempre importante ter em mente que os livros de Dan Brown não são livros históricos nem possuem precisão nas explicações e informações apresentadas nos contextos em que a história acontece. Um exemplo desta falta de acurácia nas informações contidas em seus livros é a apresentação do Opus Dei, uma instituição fundada, em 1928, por São Josemaría Escrivá, presente no livro “O Código Da Vinci”.
Tendo como missão promover a busca da santidade no cotidiano e aprofundar a vida espiritual dos seus membros, esta instituição foi apresentada de maneira bem diferente por Dan Brown. Abaixo estão enumeradas algumas destas diferenças.
1 – Atividades secretas. No livro, o Opus Dei é apresentado como uma organização misteriosa, cheia de rituais e atividades secretas. Apesar destas afirmações tornarem a instituição mais empolgante aos olhos de um jovem leitor, na realidade, o Opus Dei é uma intuição que atua de forma transparente e com sua estrutura organizacional pública e acessível.
2 – Conspiração. No livro, os membros do Opus Dei estão envolvidos em atividades escusas, incluindo assassinatos e outras ilegalidades. Porém, as atividades do Opus Dei se concentram em promover uma busca espiritual profunda. Enquanto rezar o terço, por exemplo, não constituir uma infração legal, o Opus Dei continuará a sua missão espiritual de maneira lícita.
3 – Hierarquia. Embora o livro descreva o Opus Dei como uma instituição com uma estrutura hierárquica rígida e secreta, a organização tem uma estrutura organizacional transparente, formada tanto por sacerdotes quanto por leigos.
4 – Relações com a Igreja Católica. No enredo, para dar mais emoção à trama, Dan Brown afirma que o Opus Dei é uma organização dissidente da Igreja; contudo, na realidade o Opus Dei é reconhecido e supervisionado diretamente pela Igreja: seus membros e líderes são católicos fiéis e dedicados.
Apesar de o Opus Dei ter sido apresentada pelo escritor de maneira sensacionalista e cheio de inverdades, a história teve seu lado positivo, pois esse livro gerou curiosidade em milhares de leitores que foram apresentados a uma importante instituição que busca promover a fé católica, a santidade e a espiritualidade entre os seus membros e que trabalha em conformidade e obediência com os princípios da Igreja Católica.
Por isso, é importante que todos os que ficaram interessados pela ficção, agora, procurem fontes confiáveis para compreender o que é e quais são, de fato, os objetivos desta importante instituição. Um exemplo de material confiável e de fácil leitura é o livro “Opus Dei. O que dizem ser e o que realmente é”. Escrito pelo eremita Vanderlei de Lima, contém informações essenciais sobre a instituição católica. Começa explicando o que é o Opus Dei, seu funcionamento, missão e obra. Posteriormente, há uma elucidação sobre as recentes mudanças ocorridas no organograma (alterações referentes a hierarquia) da instituição, mas que não influenciaram na sua missão nem na sua essência. Em seu terço final, o livro discute, de maneira bem objetiva, temas considerados controversos pela grande mídia, sobre a Instituição, esclarecendo-os, ponto a ponto.
Neste universo digital, onde dados sobre todos os assuntos estão livremente disseminados na internet, é importante que as pessoas compreendam o que é notícia, o que é informação e o que é ficção. Além disso, nem todas as informações que circulam são confiáveis ou úteis, o que torna ainda mais crucial o acesso a informações de qualidade. No caso específico do Opus Dei, o acesso a informação de qualidade é essencial para separar o joio do trigo, ou, em outras palavras, “o que dizem ser e o que realmente é”.

