Há diferença entre imagem e ídolo: imagem não é o mesmo que ídolo. Chama-se ídolo: uma imagem falsa, um simulacro a que se atribui vida própria, conforme explica o profeta Habacuc (2, 18). “Ai daquele que diz a madeira: Acorde, e a pedra muda: Desperta” (Hc 2, 19).
A idolatria consiste em achar que a divindade está em uma imagem. E como católicos, as imagens dos santos são para nós, uma representação do que um dia foram na terra, um grande exemplo de virtudes, de fé e devoção a Deus que estes tiveram em vida. Não devemos ter medo de reverenciá-los, como nossos intercessores.
A santidade é vocação de todo cristão: “A vontade de Deus é esta: a nossa santificação” (1Tes 4,3). Ou seja, é vontade de Deus que todo o seu povo seja santo, como está expresso no livro do Levítico: “Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2). Depois, Jesus recomenda: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).
A Igreja Católica, através de sua doutrina, sempre ensinou o que é bíblico: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás” (Dt 6,13). E, procura expressar a forma mais correta de relacionamento com os santos, Nossa Senhora e Deus. Esta forma divide-se em três classes de culto:
– Culto de latria, que significa adorar. É o culto de adoração, reservado unicamente a Deus.
– Culto de dulia, cujo sentido é honrar. É o culto de veneração reservado aos santos.
– Culto de hiperdulia, que é uma forma superior do culto de honra, mas está abaixo do culto de adoração. Esse é o culto especial de veneração reservado somente a Maria Santíssima, como Mãe de Deus.
Portanto, ao honrarmos os santos, honramos a Deus, que é o doador de toda a graça e é quem opera nos santos e através deles, para a sua honra e para sua glória. Cada um tem a consciência do culto que presta aos santos. Como adoração é um gesto mais interno do que externo é curioso afirmarem que os católicos não sabem a diferença entre latria e dulia, quando reza diante de uma imagem de Cristo ou de um santo.
Nossa Igreja, fundada por Jesus Cristo, sobre a fé dos apóstolos e a primazia de Pedro (Mt 16, 17-19), com mais de 2000 anos de tradição, é rica em exemplos dos santos e santas que deram suas vidas no amor a Jesus Cristo e no serviço generoso gratuito ao Reino de Deus e aos irmãos. Não hesitemos em honrá-los, a pedir sua intercessão, bem como àquela que Jesus nos deu como mãe, aos pés da cruz (Jo 20, 26-27). Jesus é o único caminho que nos leva ao Pai. Maria é o caminho que nos leva a Jesus.
