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Peter: o executivo de sucesso que virou padre

PRIEST

Capture d'écran EWTN

Bérengère Dommaigné - publicado em 14/11/23

Casado, pai de família e depois viúvo, Peter Adamski teve uma longa carreira como executivo antes de perceber que o único luxo é o Amor

“A vida não é um rio longo e tranquilo”. Este é um ditado que Peter Adamski, padre em Connecticut (Estados Unidos), nunca negará. Ordenado em 2019, aos 66 anos, ele serve na paróquia de Saint-James, em Stratford. E o mínimo que podemos dizer é que a sua vocação é bastante inesperada. Quando adolescente, Peter acreditava que o Senhor o chamaria para se tornar sacerdote. Mas ele não esperava conhecer Kathy, aos 19 anos. Foi “amor à primeira vista”, e apenas dois anos depois eles se casaram – e viveram juntos por quase 40 anos.

Recém-formado, Peter ingressou, aos 26 anos, na famosa empresa farmacêutica americana Johnson & Johnson, e rapidamente subiu na hierarquia, tornando-se um executivo experiente e bem-sucedido: “Fui atraído pela arte da negociação”, explicou ele em um programa de TV. “Acabei trabalhando no departamento financeiro da empresa, cuidando das transações globais da J&J.” 

Embora dissesse que nunca faltava à missa dominical naquela época, Peter admitiu, no entanto, que a sua vida de oração e seu casamento estavam “caindo em desuso”, pois estava mais ocupado com os seus deveres profissionais. Então, um dia, sua esposa Kathy entrou em seu escritório e disse-lhe: “Peter, você não pode servir a Deus e ao dinheiro, com sua carreira profissional você está colocando nosso casamento em perigo”. 

E ele admitiu: “Ela estava absolutamente certa… Fiquei tão motivado com a ideia de subir na hierarquia corporativa que nunca foi suficiente, sempre precisei de mais.”

Salvando seu casamento em sofrimento

Peter, então, percebeu o perigo e se concentrou mais em sua família e, alguns meses depois, o pequeno John nasceu.

Tudo parecia estar indo bem para esta família por alguns anos, até que chegou um anúncio médico: Kathy tinha câncer e uma forma inicial de Alzheimer. “Foi o dia mais difícil de nossas vidas juntos. Ainda posso nos ver nos beijando na calçada, digerindo o que acabamos de ouvir: não há cura para o mal de Alzheimer, será um longo adeus. E eu sabia que nossa ideia de envelhecermos, ficarmos curvados e termos cabelos grisalhos juntos não se tornaria realidade.”

Dentro de alguns meses, Kathy começou a perder a memória, a fazer as mesmas perguntas constantemente, a não poder mais ficar sozinha em casa… “Quando Kathy esqueceu o lugar onde nos casamos, foi como se uma faca afundasse em meu coração”.

Mas, apesar de todo o sofrimento que suportou durante os anos de doença, Peter nunca se rebelou ou perguntou a Deus por que aquilo estava acontecendo com ele. 

“Eu gostaria de ser padre”

Kathy morreu em 10 de outubro de 2014, nos braços de Peter, em casa. “Eu estava com a mão direita segurando a mão direita dela, acariciei seus cabelos, disse a ela o quanto a amava, agradeci por compartilhar sua vida comigo, por me dar um filho, e disse a ela que ela estava prestes a ver a face de Cristo. E, enquanto recitava o Pai Nosso, observei-a dar o último suspiro. Uma morte pacífica e santa… foi uma morte feliz.” 

Três dias antes de sua morte, o casal conseguiu conversar em plena consciência e Peter admitiu à esposa que estava pensando em ser padre. As últimas palavras de Kathy foram: “Peter, vá em frente e, se houver alguma maneira, eu o confortarei”. 

“Depois que Kathy morreu, olhei ao meu redor, para nossa sala, para nossas coisas, e entendi que não me importava com nada, que não queria luxo, mas sim uma vida simples, uma vida livre. A única coisa que importava e ainda importa é o Amor.” 

Peter entrou no seminário e desde 2019 é sacerdote e “feliz”. Para ele, o casamento o ajudou a ser um sacerdote melhor, no entanto reconhece que a vocação é muito diferente e compreende e aprova o celibato dos sacerdotes. 

Agora com 70 anos, ele acredita que a sua vida está mais realizada do que nunca, o que testemunha com grande sinceridade, acrescentando que a memória de Kathy continua muito presente, e que o seu filho, John, frequenta regularmente as suas missas. “Todas as manhãs acordo dizendo para mim mesmo: ‘Senhor, estou fazendo tudo hoje para sua honra e glória e agradeço-te pelo meu sacerdócio’”.

Veja a entrevista dele (em inglês):

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FamíliaPadresTrabalhoVocação
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