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Amizade conjugal: um sinal de crescimento do amor

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Shutterstock | NeonShot

Edifa - publicado em 20/03/20

A amizade tem seu lugar no relacionamento a dois? Ela é a rocha sobre a qual o amor dos cônjuges é construído ou é apenas o que resta, no melhor dos casos, quando o fogo da paixão se esvai?

Algumas pessoas não querem ouvir falar de amizade quando pensam sobre seu relacionamento romântico, porque acreditam que amor e amizade não devem ser confundidos. Outras, pelo contrário, têm um sorriso brilhante e cúmplice ao afirmar esse “belo elo”. Será que existe um mal-entendido sobre o conceito de amizade conjugal?

A amizade conjugal decorre do amor

Os antigos tinham quatro palavras para descrever o amor: amor sexual (eros), amor de amizade (philia), amor familiar por aqueles que não escolhemos (storgê) e amor pela dedicação, abnegação e doação (ágape).

O casamento cristão, que une um homem e uma mulher infalivelmente sob o olhar de Deus, tem essa peculiaridade de poder ou dever desenvolver essas quatro formas de amor.

A amizade conjugal deriva da philia que Aristóteles, na Ética a Nicômaco, chama de “a afeição que nos faz amar um ser pelo que ele é, e não pelo que ele pode nos trazer“.

Se somos capazes de amar um amigo de uma maneira tão desinteressada, por que não devemos nos dedicar ainda mais ao nosso cônjuge, aquele com quem conectamos a nossa vida inteira?

“Minha esposa é minha melhor amiga”

Concretamente, será, portanto, uma questão de prestar uma grande e boa atenção ao outro, de desenvolver e aperfeiçoar o olhar que carregamos sobre o outro, de aprofundar seu conhecimento íntimo.

Saber do que ele/ela gosta ou não, acolher a suas esperanças, seus sonhos, seus projetos, mas também seus medos e fraquezas, seus dias de entusiasmo e de tristeza.

Um casal que se ama e também compartilha uma bela amizade sabe como evitar certos assuntos que não têm impacto direto na vida de casados, mas que geram discussões bobas e que não têm solução. Ele também sabe olhar com misericórdia as suas respectivas fraquezas. É certamente uma proximidade cheia de ternura.

Se você pode dizer: “meu cônjuge é meu melhor amigo”, isso significa que o cônjuge que você escolheu é o amigo que você conhece melhor e quem o conhece mais inteiramente, com quem você pode contar e que não o julga.

Além disso, é com ele que você deseja, entre outras coisas, compartilhar suas esperanças e desenvolver projetos conjuntos.

A amizade conjugal não é nada menos que a força do amor que pode levar-nos a dar a vida pelo nosso cônjuge, como os apóstolos João (Jo 15, 13) e Paulo (Ef 5, 25) nos impelem a fazer!

Marie-Noël Florant (Conselheira conjugal e familiar)

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