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O que fazer quando o medo nos paralisa?

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SpeedKingz/Shutterstock

Edifa - publicado em 27/03/20

“Não temas!” (Mc 6, 50). A Bíblia inteira faz ressoar essa exortação. No entanto, às vezes parece difícil conseguir viver sem medo ou aflição sobretudo quando as provações e as incertezas assombram as nossas perspectivas de futuro. Como lutar e lidar com esses medos quando o mundo inteiro se encontra amedrontado com o Coronavírus?

Às vezes parece fácil viver na confiança: quando tudo vai bem, ou quase bem. É bem diferente quando chegam as provações, e as incertezas assombram as perspectivas de futuro. Além de tudo, quanto juntamos a isso a ansiedade, a confiança assume a aparência de um desafio impossível de enfrentar.

Livre-se do medo pouco a pouco

A confiança não se adquire por decreto. De uma certa maneira, as ideias sombrias, os problemas e as angústias nos invadem sem que nos demos conta e tomam proporções sem medidas. Gostaríamos de não ter medo, mas nos sentimos completamente impotentes. Há uma grande tentação, então, de ceder ao desânimo e até ao desespero: “Confiança incondicional é para os santos, não para mim“, dizemos a nós mesmos.

Nos sentimos à mil quilômetros de distância do anuncio feliz de Jesus e incapazes de nos desvencilhar da inquietude que nos oprime. No entanto, o chamado de Jesus a nos abandonar ao amor do Pai não concerne apenas alguns de nós, mas é direcionado a cada um, não importando quais sejam as nossas preocupações.

A confiança é um caminho. Portanto, para avançar, basta dar um passo após o outro. Em outras palavras, para crescer em confiança, precisamos multiplicar pequenos atos de abandono, sem desanimar. Mesmo se tivermos a impressão de que estamos avançando lentamente, com passos bem pequenos, isso não importa!

Primeiro, porque milhares de pequenos passos são melhores do que um longo passo de vez em quando. E acima de tudo, porque somos absolutamente incapazes de julgar a importância de nosso progresso: um pequeno ato de abandono num momento escuro de provação pode representar, apesar das aparências, um passo gigantesco.

Uma oração de abandono para entrar no caminho da confiança

Todos nós podemos realizar atos de abandono. Como? Desejando se abandonar. Decidindo entregar a Deus todas as nossas preocupações. Escolhendo confiar nele. Não cabe a nós sentir essa confiança, mas cabe a nós deseja-la. Concretamente, isso significa que, mesmo que torturados pela angústia, ainda podemos dizer ao Senhor:

Senhor, eu desejo crer em Ti

Desejo colocar em ti a minha confiança

Desejo ter fé e esperança suficiente

Para me abandonar em tuas mãos.

Essa humilde oração é um belo ato de confiança. E aquele que assim clama ao Senhor nunca o faz em vão. Sem saber, sem mesmo perceber, ele já está nos braços de Deus. Ele já encontrou o caminho da confiança.

A confiança é um presente de Deus. E como qualquer presente de Deus, ela é oferecida a todos, sem condições e sem limites. Ainda é necessário desejar e pedir, estar pronto para recebê-la. Quando desejamos, por orgulho, sair da provação por nossa conta própria, tornamos a confiança impossível.

Assim como quando, sob o pretexto de modéstia (“não sou santo”), afirmamos: “a confiança é boa demais para mim“. Sim, a modéstia é muito bonita. Mas e se descobrirmos que Deus se alegra quando tudo oferecemos a Ele? Uma criança pequena que recebe um presente maravilhoso não o recusa sob o pretexto de que não é digna. Ela se joga com entusiasmo. É assim que Jesus nos pede para aceitar os presentes de seu Pai. É assim que ele nos chama a confiar.

Christine Ponsard

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