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Você é Marta ou Maria?

SAINT MARTHA,MARY,JESUS

Johannes Vermeer | Public Domain | Wikicommons

Edifa - publicado em 29/07/20

No dia de Santa Marta, o Evangelho parece opor-se à vocação contemplativa de Maria com a vida ativa de Marta. Mas isso é realmente o que nos quer dizer? Temos que escolher entre ficar no lugar de Marta e no de Maria?

Imagine a cena: Jesus, o grande amigo, é recebido em Betânia. Feliz em recebê-lo, Marta fica estimulada e com entusiasmo e eficiência: há muito o que fazer! Mas a irmã dela, Maria, parece não perceber isso, pois ela descansa tranquilamente sentada aos pés de Jesus, como se a comida fosse se preparar sozinha, como se parecesse normal deixar todo o trabalho para os outros.

Marta protesta. E que dona de casa não se reconhece nalgum dia nesses protestos? Todo o mundo gostaria de estar sentado em vez de estar cozinhando nos fogões! É muito bom ouvir o convidado, mas felizmente há alguém que se preocupa com as tarefas materiais. É o que Marta pensa, e nós a entendemos.

Quando nos tornamos escravos de tarefas materiais

E Jesus Cristo, percebe isso? Sim definitivamente. Para começar, porque ele vê, há trinta anos, sua mãe preparando refeições, lavando, colocando todas as coisas em ordem, como todas as mães do mundo. Ele sabe bem que tudo isso não é feito sozinho. Ele provou tanto o peso do cansaço como o da alegria de saborear uma boa refeição.

Jesus não ignora o valor e a verdadeira importância do trabalho de Marta, ele não a menospreza. Além do mais, adivinha a generosidade que empurra Marta a ficar estimulada dessa maneira: ela quer que tudo seja perfeito para Jesus. E as tarefas materiais são aquelas das quais Jesus falou: “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizeste isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizeste” (Mt 25,40).

“Marta, por sua vez, sentiu-se oprimida porque tinha muito o que fazer” (Lc 10,40). “Oprimida” é a palavra na qual deveríamos colocar nossa atenção. Marta, de certa forma, se torna escrava das tarefas materiais. Ela corre risco de prestar mais atenção à comida do que ao seu convidado.

Esse defeito pode ser repetido em muitas outras áreas: no sistema, que prevalece sobre a vida que as pessoas deveriam servir; nos catequistas, mais preocupados com os problemas de método do que com o próprio Senhor; ou mesmo nos pais, mais pendentes dos resultados escolares de seus filhos do que atentos ao desenvolvimento geral de sua personalidade.

Como manter o foco no essencial?

Qual é a primeira coisa em nossa vida? Essa é a pergunta que somos convidados a nos perguntar incessantemente, para não nos deixarmos dominar, para preservar nossa liberdade e permanecer focados no essencial, em vez de dispersar.

Costumamos reclamar de ter um emprego com um horário sobrecarregado, de estar sempre correndo, de nunca ter a chance de respirar. Não seria que, como Marta, ficamos inquietos e agitados com muitas coisas?

“Apenas uma coisa é necessária”, diz Jesus Cristo à Marta (Lc 10,42). Do ponto de vista dessa necessidade única, não há nenhuma oposição entre a vocação de Marta e a de Maria. Qualquer que seja a nossa vocação – Carmelita ou mãe de família, eremita ou empresário -, a primeira coisa para nós é ficar aos pés de Jesus para ouvi-lo.

“Somente Deus é suficiente”, e isso não é verdade apenas para monges e freiras, mas para todos nós. Jesus repete para nós, assim como para Marta, que a primeira coisa no nosso dia a dia é a oração. A primeira coisa em nossas preocupações é cumprir a vontade de Deus. A primeira coisa em nossas ambições é a busca do Reino. Todo o resto nos será dado a mais. É claro que a vocação de Marta não é idêntica à de Maria.

Uma mãe não estará tanto tempo em oração quanto uma irmã carmelita; um franciscano não precisará ser um gerente financeiro tão bom quanto um empresário. Para cada um o seu lugar. O que muda, de um estado de vida para outro, é a maneira pela qual é procurada, a maneira pela qual essa “única necessidade” é servida. Essa única coisa necessária é sempre a mesma. O Senhor fez todos nós para Ele e, como diz Santo Agostinho, “nossos corações ficam inquietos até que descansem Nele”….. quer sejamos como Marta ou Maria!

Christine Ponsard

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BíbliaSantosTrabalho
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