Aleteia logoAleteia logoAleteia
Segunda-feira 20 Março |
São Martinho de Braga
Aleteia logo
Estilo de vida
separateurCreated with Sketch.

“Mas por quê?” Como responder às intermináveis perguntas das crianças

Father, Daughter, Draw

Stockfour I Shutterstock

Edifa - publicado em 24/09/20

Por que eu tenho que ir para a cama agora? Por que o céu é azul? Por que nós morremos? Frente às mil perguntas das crianças, muitas vezes a nossa vontade é de dizer “Shhh!”. Mas será que é essa a atitude certa a adotar?

Bem-aventuradas as crianças que perguntam, se ao seu redor há adultos prontos para ouvi-las! A curiosidade não é necessariamente uma coisa ruim e, embora algumas perguntas possam ser indelicadas, a maioria reflete uma mente alerta, que está interessada e busca compreender. Os pequenos aguardam confiantemente uma resposta, seguros da ciência inesgotável de papai e mamãe. Os filhos mais velhos muitas vezes já deixaram ir as suas ilusões, mas isso não os impede de nos questionar, mesmo que isso signifique misturar, às vezes, a pergunta com um toque de provocação.

De qualquer forma, algumas perguntas nos colocam numa grande “saia justa” porque não sabemos como responder; ou porque se trata de um assunto complexo que exige muitas nuances; ou ainda porque a questão toca segredos de família; ou porque parece ser algo que exige muita maturidade; ou, simplesmente, porque a criança está nos fazendo perguntas em um momento totalmente inoportuno. A tentação de fingir que não ouviu e depois parecer ter esquecido pode ser grande, ou mesmo de evitar a pergunta com um evasivo “veremos isso mais tarde”. No entanto, toda pergunta merece ser respondida, e com carinho, não respondida de qualquer jeito!

Para dar boas respostas as crianças, primeiro é preciso ouvi-las

Se todas as vezes nos esquivamos quando somos questionados, nossos filhos vão parar de nos fazer perguntas, mas procurarão essas respostas em outro lugar, e provavelmente não nos melhores lugares. Teremos perdido uma grande oportunidade de cumprir nossa missão de pais e de ganhar a confiança dos filhos. Porque, de fato, nossos filhos não esperam que saibamos tudo, mas que prestemos atenção a tudo que os intriga ou preocupa. Eles esperam que mostremos respostas não como um mecanismo de busca da Internet faria, mas com o cuidado que só uma pessoa que é única para outra poderia ter. Para responder bem, devemos começar ouvindo. Frequentemente o mais importante não é a pergunta em si, mas “a pergunta por trás da pergunta”.

Mas e se não soubermos como responder? Reconheça, simplesmente, que você não sabe! E, quando possível, convide a criança a buscar também a resposta no dicionário, na internet, na Bíblia ou em outro lugar. Quando a pergunta toca numa verdade da fé que está além de nós (o mistério da Santíssima Trindade, por exemplo, ou a Eucaristia, a Ressurreição, etc.), podemos dar à criança alguns elementos que o ajudem a descobrir a resposta, despertando a sua esperança e a sua alegria em descobrir os mistérios de Deus. Não devemos nunca apresentar estas realidades como enigmas obscuros, mas como maravilhas que nunca poderemos compreender inteiramente nesta Terra.

E quando a resposta não vem…

E se ficarmos desconfortáveis ​​em responder? E se, por exemplo, a pergunta toca tão de perto alguma realidade interior nossa, que chega a ser impossível falar sobre o assunto sem uma intensa emoção? E se ela trata de acontecimentos familiares que prometemos nunca mencionar? E se temos medo de ferir a criança por sermos incapazes de dar uma boa resposta? De toda forma, não precisamos responder imediatamente. A criança só precisa saber que ouvimos bem a sua pergunta, sua dúvida, o que ela tinha para dizer. Sobretudo, que não achamos ruim que ela tenha perguntado, pelo contrário, e que traremos a resposta assim que possível.

Dediquemos tempo para refletir em oração e, então, possivelmente com a ajuda de um conselheiro externo, discernir o que podemos e devemos dizer e o que não devemos dizer. Responder a uma criança em verdade não significa dizer-lhe toda a verdade de uma vez só. Não tenhamos medo de responder aos questionamentos dos nossos filhos. Se existe um medo, este seria o de trair a sua confiança e apagar a sua sede de verdade, a alegria de conhecer e descobrir. O Espírito Santo está em nosso auxílio, portanto, apoiemo-nos nele, para que ele mesmo coloque nos nossos lábios as palavras certas.

Christine Ponsard

Tags:
EducaçãoFamíliaFilhos
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais