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São Cipriano

Bispo e mártir (†258)

Saint Cyprian of Carthage

Public Domain

Santo do dia

São Cipriano de Cartago – não confundir com São Cipriano de Antioquia – nasceu numa família rica e pagã por volta do ano 210. Era conhecido na cidade por ser um ótimo advogado, dono de uma excelente oratória. Causou certo espanto na cidade quando se veio a saber que ele se aproximara do cristianismo. Batizado já adulto, em meados do ano 245, quatro anos depois se torna bispo da cidade de Cartago. No ano 250 o imperador romano Décio ordena que todos os súditos deem mostras de patriotismo por meio da queima de incenso ou da oferta de sacrifícios para as divindades cultuadas pelos romanos. Quem, eventualmente, se negasse a esse gesto seria levado a julgamento, o que significava tortura e prisão – e, muitos casos, a morte. Cipriano se esconde e dirige a comunidade cristã na clandestinidade. Com o fim da perseguição, ocorrida no ano seguinte, se verifica que muitos cristãos, para se verem livres da perseguição, cederam e sacrificaram aos deuses pagãos. Arrependidos e desejosos de voltar à comunidade cristã, muitos se depararam com a posição rigorista de alguns dirigentes cristãos que consideravam o pecado cometido por eles como demasiado grave para que pudessem voltar. Nem todos os bispos pensavam deste modo, e Cipriano estava entre eles. Estes bispos mais indulgentes, consideravam que bastava fazer o itinerário penitencial para que esses cristãos pudessem retornar à comunidade. Em todo caso, essa controvérsia terá efeitos duradouros na comunidade cristã. A título de exemplo, Novaciano, um padre que dirigiu a igreja de Roma durante a dura perseguição, chegou a acusar o Papa Cornélio de debilidade e de ser demasiado indulgente com esses pecadores; o resultado: Novaciano fundou uma comunidade dissidente que viverá até o século V. São Cipriano, em meio a essa polêmica, apoia os papas que, em geral, tem uma posição menos radical. A perseguição contra os cristãos volta a ocorrer em seguida: Cipriano chegará a ser deportado para o exílio; pouco tempo depois consegue retornar para, em 258, ser novamente preso pelas autoridades romanas e condenado à morte por decapitação.
Um fato curioso no Brasil e que envolve o nome de São Cipriano, é um livro que contém uma série de textos que dizem respeito a fórmulas mágicas, simpatias e afins. O “Livro de São Cipriano” como é conhecido – ao que tudo indica, foi um livro surgido apenas no século XIX e que foi popularizado atribuindo-se erroneamente à São Cipriano sua autoria – é um livro que apresenta a figura de Cipriano como um bruxo capaz de dominar o demônio e de conjurá-lo para realizar feitiços, tanto para o bem como para o mal. Naturalmente trata-se de uma invencionice e é uma grande infelicidade que se tenha utilizado o nome de um santo tão importante para a Igreja, para divulgar um livro que se dedica, na maior parte das vezes, a desvirtuar a fé cristã, induzindo pessoas a procurarem o mal como forma de prejudicar o seu semelhante.

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