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São Torlaco

Padroeiro da Islândia (†1193)

Irlanda e seus símbolos católicos

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São Torlaco Thorhallsson nasceu em Fljotshlio, na Islândia, em 1133.
De família aristocrática, Torlaco foi ordenado diácono antes de completar quinze anos e com apenas 19 anos recebeu a ordenação sacerdotal. Ansioso por se dedicar aos estudos teológicos, mudou-se para Paris, onde entrou em contato com os religiosos da Abadia de São Vitor, fundada em 1108. Continuou então seus estudos em Lincoln, Inglaterra. Quando voltou para casa, tornou-se administrador da igreja Kirkjubaer, onde mais tarde fundou um mosteiro.
Sendo ainda desconhecida na Islândia a reforma gregoriana, a família São Torlaco pensou que ele fosse inclinado a um possível casamento, mas ele preferiu entrar para os Cônegos Regulares de Santo Agostinho, pelo qual ele se tornou o primeiro prior do mosteiro Thykkvabae, fundado em 1168, em Thorkill. Dois anos depois, Kloengur, bispo de Skalholt, confirmou Torlaco em seu posto, dando-lhe também a bênção abacial.
A “Thorlàks saga” [Saga de Torlaco], vida do santo escrita logo após a sua morte, conta a entrada no mosteiro de Thykkvabae de muitos islandeses e estrangeiros que foram atraídos pela fama de santidade que cercava o abade.
Em 1178, Torlaco foi nomeado sucessor de Kloengur e recebeu a ordenação episcopal de Nidaros pelo arcebispo Eystein. Este último conseguiu introduzir a reforma gregoriana na Islândia, ganhando o novo bispo para seu partido.
Homem de grande espiritualidade e integridade, Torlaco procurou aumentar a formação do clero islandês e também foi um grande promotor do celibato sacerdotal. Sua obra-prima foi o “Poenitentiale”, caracterizado por uma grande severidade para orientar aquela época confusa no país: em 1180 o Arcebispo Eystein será banido pelo rei e o próprio São Torlaco passou por muitos sofrimentos.
No século XII, as famílias islandesas que haviam promovido a construção de novas igrejas, acreditavam ter plenos direitos sobre elas. Os sacerdotes, que foram designados para essas igrejas privadas, tiveram naturalmente poucas chances de repreender os senhores que agiam contra a moralidade cristã. Em alguns casos, Torlaco chegou ao ponto de ter que se recusar a consagrar uma igreja, se todos os direitos sobre ela não tivessem sido transferidos para ele, como bispo. Isso causou uma disputa com o diácono Jon Loptsson, restaurador da igreja em Hofdabraeck. A situação piorou quando Jon, um homem casado, decidiu coabitar com Ragneid, a irmã de Torlaco, e tentou matar o bispo três vezes. A disputa terminaria apenas com a morte de Torlaco, que ocorreu em 23 de dezembro de 1193, em Skalholt.
Seu sucessor, Paul, filho de Jon e Ragneid, reconciliou seu pai com a Igreja. A morte de Torlaco pareceu marcar o fracasso definitivo dos desígnios e esperanças que ele nutriu e alimentou sobre uma reforma frutífera da igreja islandesa.
Mas, como o aparente fracasso de Nosso Senhor na Cruz acabou sendo a derrota final do pecado e da morte, assim com a morte prematura do bispo Torlaco, o caminho foi aberto para uma reforma duradoura, e ele conseguiu um lugar na hoste de santos em cuja a vida e a morte revelaram o mistério da cruz: “Quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas o que perder sua vida por causa de mim, a encontrará”. Mesmo quando ele ainda era vivo despertava muita atenção popular pelos muitos milagres que operou. Cinco anos após sua morte, o parlamento islandês decidiu a trasladação solene de seu corpo, que na época correspondia a uma canonização.
Alguns fragmentos de uma antiga hagiografia ainda hoje são preservados, assim como um compêndio de antífonas e responsórios. A Reforma Protestante, que levou à destruição de seu relicário, felizmente não conseguiu apagar sua memória no povo islandês que ainda hoje o venera, no alvorecer do terceiro milênio.
Sua santidade não recebeu o reconhecimento oficial da Igreja Católica até 14 de janeiro de 1984, quando João Paulo II canonizou-o e declarou-o santo padroeiro da Islândia. Considera-se que São Torlaco tem o potencial de ser santo padroeiro de pessoas com autismo e deficiências do espectro autista por um movimento de base chamado a Missão de São Torlaco.

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