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Oração do dia
Meditação do diaquinta 14 Janeiro

Jesus estendeu a mão e tocou-o...
Um dia, quando Francisco estava cavalgando pela planície perto de Assis, em seu caminho encontrou um leproso. Diante desse encontro inesperado, veio-lhe um sentimento de intenso horror, mas lembrando-se da resolução que havia tomado de uma vida perfeita e que, antes de tudo, tinha que se superar se queria ser um "soldado de Cristo" (2Tm 2, 3), saltou do cavalo para abraçar o infeliz. Este, que estendia a mão para receber uma esmola, recebeu, junto com o dinheiro, um beijo. Então Francisco montou de novo no cavalo. Mas ele sentiu vontade de olhar em volta e já não viu mais o leproso. Cheio de alegria e admiração, ele começou a cantar louvores ao Senhor.
Poucos dias depois, com uma grande soma de dinheiro no bolso, foi ao hospício dos leprosos e, uma vez reunidos todos, deu uma esmola a cada um com um beijo nas mãos. Quando voltou, experimentou o que a princípio era amargo para ele - ver e tocar os leprosos - havia se transformado em doçura. Antes, a simples visão de leprosos, como ele mesmo confessava, era tão dolorosa para ele que até evitava ver as casas onde moravam. Se em alguma ocasião ele os visse ou passasse perto de uma colônia de leprosos, ele virava o rosto e cobria o nariz. Mas a graça de Deus o converteu de tal maneira que ele se tornou familiar e gostou de conviver com eles e servi-los, como ele mesmo reconheceu em seu testamento. Visitar os leprosos o havia transformado.
Em seguida, abandonou-se ao espírito de pobreza, ao gosto pela humildade e a seguir os impulsos de viver uma profunda piedade. Assim, se antes a simples visão de um leproso o sacudisse interiormente de horror, a partir daquele momento ele começou a prestar-lhes todos os serviços possíveis com total despreocupação por si mesmo, sempre humilde e muito humano; e tudo isso fazia pelo Cristo crucificado que, segundo o profeta, "o consideramos leproso" (Is 53,3). Ele freqüentemente os visitava e lhes dava esmolas; então, movido pela compaixão, ele beijava afetuosamente suas mãos e rosto. Também aos mendigos, não se contentando em dar-lhes o que tinha, teria gostado de ter dado a si próprio e, quando não havia mais dinheiro na mão, dava-lhes as suas roupas, descosturando-as ou, às vezes, rasgando-as para distribuí-las.
Por volta dessa época, ele fez uma peregrinação a Roma ao túmulo do Apóstolo Pedro; Ao ver os mendigos amontoados no átrio da basílica, movido pela compaixão como também pelo amor à pobreza, escolheu um dos mais miseráveis, sugeriu que trocasse suas roupas pelos trapos de mendigo e passou assim o dia inteiro em companhia dos pobres, e a alma cheia de uma alegria que ele não conhecera até então.

São Boaventura de Bagnoregio
Vida de São Francisco: Por amor nosso Jesus tornou-se leproso; Relato de três companheiros de São Francisco de Assis (fr)
Franciscano, cardeal e grande teólogo. É Doutor da Igreja (†1274)

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