Santo Antônio González

Antônio González nasceu em 1593, em Leão, atual capital da província homônima, na comunidade autônoma de Castela e Leão, a noroeste da Espanha.
Aos 16 anos ingressou na Ordem Dominicana. Seu santo favorito era São Pedro de Verona, o protomártir da ordem dominicana, talvez esta tenha sido a causa do entusiasmo religioso que deu origem a seu vivo desejo pelo martírio.
Após completar os estudos, foi ordenado e, como professor de Teologia, foi enviado a Piedrahíta, um município da Espanha na província de Ávila, comunidade autônoma de Castela e Leão. Seu convento em Piedrahíta recebeu, então, o pedido de missionários voluntários para ir ao Extremo Oriente. González voluntariamente se apresentou para ir para o Japão, mas precisou de treinamento, nas Filipinas, para a missão.
Em maio de 1632 chegou a Manila e assumiu para si os cargos de professor e reitor interino da Universidade de Santo Tomás. Os outros voluntários realizaram um apostolado ativo na difusão da fé cristã nas Filipinas, em Formosa e no Japão; e pertenciam em vários graus à Província Dominicana do Santo Rosário, então também chamada de Filipinas, cuja fundação remonta às Missões na China de 1587 e que no início de 1600 tinha estabelecido um Vicariato no Japão.
Enquanto isto no Japão, no dia 28 de fevereiro de 1633, foi desencadeada uma perseguição pelo “xogum” (líder militar supremo da nação), Tokugawa Yemitsu, que com o seu Decreto nº 7, atingiu os estrangeiros que “pregavam a lei cristã, eram cúmplices daquela perversidade e que deveriam ser detidos no cárcere de Omura”.
Entrementes, González finalmente conseguiu realizar seu sonho de ir para o Japão. Foi o chefe da expedição dominicana, que em 1636 partiu das Filipinas para o Japão, para ajudar os cristãos locais, que ficaram sem padres devido à perseguição em curso, já mencionada. Após um ano de atividade missionária, juntamente com dezesseis missionários (nove padres dominicanos, três irmãos religiosos dominicanos, dois terciários dominicanos, um dos quais era também terciário agostiniano, dois leigos, um dos quais era pai de família) foi preso, orgulhosamente vestindo seu hábito para significar que ele foi ao Japão por causa do Evangelho.
Depois de sofrer terríveis torturas, em 24 de setembro de 1637, aos 44 anos, devido aos tormentos extremos infligidos a ele pelos algozes japoneses, Antônio faleceu na prisão de Nagasaki.
Além de Antônio González outros mártires desse período, que foram agrupados sob o nome de “Lorenzo Rúiz e companheiros”, foram beatificados em 18 de fevereiro de 1981 em Manila, nas Filipinas, pelo Papa São João Paulo II. Seis anos depois, o mesmo Pontífice os canonizou em 18 de outubro de 1987. O grupo constava dos seguintes membros:
– Padre Domenico Ibáñez de Erquicia, espanhol;
– Padre Giacomo Kyuhei Gorobioye Tomanaga, japonês;
– Padre Michele de Aozaraza, espanhol;
– Padre Guglielmo Courtet, francês;
– Padre Vincenzo Shiwozuka, japonês;
– Padre Luca Alonso Gorda, espanhol;
– Padre Giordano Giacinto Ansalone, italiano;
– Padre Tommaso Hioji Rokuzayemon Nishi, japonês;
– os três irmãos religiosos japoneses dominicanos: Francesco Shoyemon, Michele Kurobioye, Matteo Kohioye;
– os 2 Terciários Dominicanos: Madalena de Nagasaki e Marina de Omura;
– dois leigos: Lorenzo Rúiz de Manila (Filipinas), pai de família, e Lázaro de Kyoto, japonês.
Lorenzo Rúiz é considerado o protomártir das Filipinas.