São Marcos de Aretusa

São Marcos tornou-se famoso por ter curado, por meio de sua intercessão, o príncipe Juliano – o sobrinho do imperador Constantino, o grande -, que mais tarde passaria para a história como Juliano, o apóstata, o último imperador romano pagão. Sabe-se que Marcos era bispo de Aretusa, uma antiga cidade situada no atual território da Síria. Em seu tempo a Igreja enfrentava o grande problema da heresia do arianismo. As notícias que chegaram até nós, dão a entender que Marcos tinha provavelmente um caráter conciliatório, e por esse motivo, por mais de dez anos conseguiu estabelecer um acordo com os partidários da heresia de Ário. Por volta do ano 360, Marcos de Aretusa abraçou definitivamente a ortodoxia e renegou totalmente aos princípios defendidos pelos arianos. No ano seguinte, o imperador Juliano, o apóstata, subiu ao trono imperial e voltou a abraçar a religião pagã dos antigos romanos. Muitos cristãos começaram a temer, com razão, a volta das perseguições. O próprio bispo Marcos foi um desses, pois pouco antes ele havia mandado destruir um templo dos antigos ídolos pagãos situado dentro da cidade. De fato, a perseguição começa e ao ouvir que alguns eclesiásticos haviam sido presos, Marcos, que nesse meio tempo havia se afastado da cidade por medo, corajosamente volta para o seu rebanho, para continuar a guiar suas ovelhas. Ao se colocar contrário perante as autoridades à reconstrução do antigo templo pagão, ele é preso e torturado: a coragem com que suportou as humilhações e torturas despertou a admiração de seus algozes. Ao final foi libertado e pôde se dedicar ainda ao cuidado pastoral de seus fiéis. Morreu no ano 364 de causas naturais. São Gregório Nazianzeno chegou a considerar são Marcos de Aretusa como um ‘homem notável e um grande santo ancião”. Por esse testemunho, também a Igreja católica reconhece sua santidade.