Bem-aventurados Frederico Bachstein e 13 companheiros mártires

A primeira missão dos Frades menores na Alemanha ocorreu em 1228. Desde então vários conventos haviam sido fundados na Morávia, Boêmia, Silésia e Polônia. No contexto da Reforma e Contrarreforma, o imperador Rodolfo II concedeu a liberdade religiosa na região da Boêmia por meio de um Edito, em 1609. Em meio a intrigas de corte, que procuravam favorecer ora o partido do imperador, ora o partido de seu irmão, que desejava o poder, os ânimos entre católicos e protestantes foram sendo acirrados para se buscar vantagens políticas. Nesse contexto, de ânimos exaltados, de religião misturada à política, o convento dos franciscanos situado na Boêmia foi tomado de assalto. Os franciscanos que aí residiam – de nacionalidade italiana, alemã, espanhola, holandesa e francesa – não tiveram chance alguma: Padre Frederico Bachstein foi transpassado por uma lança, que lhe atingira o coração. João Martinez, na tentativa de esconder o Santíssimo Sacramento teve a mão direita cortada e, em seguida, a cabeça. Padre Simão recebeu um golpe violento que lhe esmagou a cabeça. Padre Bartolomeu foi flagelado e morto com golpes de sabre. Frei Jerônimo foi atravessado por uma espada; Frei Gaspar, junto com Frei Tiago e Frei Diego João se esconderam no campanário, mas foram descobertos e jogados do alto da igreja, morrendo no impacto da queda. Frei Clemente teve o crânio dividido em dois com um machado e Frei Cristóvão teve um fim semelhante, ao ser derrubado com uma pancada na cabeça, desferida com uma maça de ferro. Os demais freis – João Rode, Emanuel, Antônio e João – foram mortos com golpes de sabres. Depois de tanta carnificina gratuita, as crônicas reportam que, não muito tempo depois, vários assassinos dos freis morreram vitimados por uma peste. Algumas mulheres, logo depois da mortandade, foram às escondidas durante a noite no convento para dar um fim digno aos corpos: os envolveram em panos de linho e os sepultaram nas proximidades do ingresso do convento dedicado à Nossa Senhora das Neves. O decreto de reconhecimento do martírio foi publicado no dia 10 de maio de 2012, tornaram-se assim, os primeiros mártires do ano dedicado à fé, durante o pontificado do Papa Bento XVI.