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São Lourenço Imbert

Bispo e mártir (†1839)

BABY

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Laurent-Joseph-Marius Imbert nasceu no dia 23 de março de 1796, numa fazenda que se chamava Bricart, em Marignane, no departamento francês de Bouches-du-Rhone.
Completou seus estudos em Aix-en-Provence, no pensionato das irmãs do Retiro Cristão e diz-se que para se sustentar ele confeccionava coroas de Rosário.
Em 8 de outubro de 1818, ingressou no Seminário das Missões Estrangeiras, de Paris, depois de alguns anos no Seminário Maior de Aix-en-Provence.
Em 5 de março de 1819 foi ordenado diácono na diocese de Paris e, em 18 de dezembro do mesmo ano, foi ordenado sacerdote com dispensa de idade, num indulto concedido no dia 18 de novembro de 1819.
Embora fosse ainda aspirante, no dia 10 de janeiro de 1820, foi chamado para participar das eleições internas do Seminário, para atingir o número de cinco eleitores exigidos pela Regra.
Em 20 de março de 1820, partiu para Sichuan, uma província situada na parte ocidental da República Popular da China. Ele passou algum tempo em Singapura, porque o Bispo Esprit-Marie-Joseph Florens, Vigário Apostólico do Sião, queria estabelecer uma missão lá, mas estava inseguro quanto a situação na ilha, assim o padre Imbert foi enviado para ajudá-lo no controle daquela situação.
Padre Imbert desembarcou em Singapura no dia 11 de dezembro de 1821, sendo provavelmente o primeiro padre que celebrou a missa lá e cuidou dos católicos locais. Chegando a Penang, um estado da Malásia, situado na costa noroeste da península Malaia, às margens do estreito de Malaca, na Malásia, foi convidado a substituir um professor do Collège General, seminário interdiocesano e lá permaneceu de abril de 1821 a janeiro de 1822. Quando chegou a Macau em 10 de fevereiro de 1822, a rota direta que o levaria a Sichuan fora fechada: ele passou pela Cochinchina e ficou dois anos em Tonquim, na parte mais setentrional do Vietnã, administrando algumas comunidades cristãs. Somente em março de 1825 pôde alcançar seu destino missionário após atravessar Yunnan, província de altas montanhas a sudoeste da República Popular da China.. Nos doze anos que passou em Sichuan, ele se destacou por seu zelo nas atividades e pela capacidade de suportar doenças. Ele também foi o primeiro superior do seminário de Moupin, uma tribo tibetana.
Depois de saber que a Congregação para a Propagação da Fé havia sugerido às Missões Estrangeiras que cuidassem da Coréia, ele imediatamente se ofereceu para contribuir para a evangelização da área. Quando Monsenhor Barthélemy Bruguière, Vigário Apostólico da Coréia, morreu na fronteira do país, em novembro de 1835, sua oferta foi aceita.
Em 26 de abril de 1836 foi nomeado seu sucessor e bispo titular de Capsa e recebeu a consagração episcopal em 14 de maio de 1837. Em 17 de agosto, do mesmo ano, deixou Sichuan e no final de outubro chegou a Sivang, na Tartária (atual Manchúria). De lá conseguiu atingir Shenyang, a maior cidade do nordeste da China, e, na noite de 18 de dezembro de 1837, cruzou alegremente a fronteira coreana. No dia 30, ficou em Seul para aprender a língua local e em três meses pôde ouvir as confissões dos fiéis. Durante a sua evangelização, aumentou o número de católicos, apesar da perseguição e pôde preparar três candidatos para o sacerdócio.
Trabalhou intensamente juntamente com dois outros padres franceses, Jacques-Honoré Chastan e Pierre-Philibert Maubant, que chegaram ao local antes dele. Foi o primeiro bispo a pisar na Coréia, seis anos depois do estabelecimento do Vicariato Apostólico e cinquenta e dois desde a chegada da Igreja Católica ao local. Quando o padre Maubant iniciou seu trabalho em 1836, os católicos coreanos eram cerca de seis mil, mas em três anos o número cresceu para trinta mil.
Em junho de 1839, muito debilitado, refugiou-se em Suwon, onde o catequista Andrea Chong Hwagyŏng o encontrou um refúgio seguro na casa de seu amigo Andrea Son.
Um dia, o catequista foi procurado por um homem, Kim Yo-sang, que lhe deu uma boa notícia: oficiais do governo decidiram acabar com as perseguições anticristãs e queriam receber o batismo das mãos do Bispo Imbert e precisavam saber onde encontrava-se. Na noite entre 10 e 11 de agosto, à uma da manhã, o catequista foi até a casa de Andrea Son e ingenuamente contou ao bispo o que lhe haviam dito. Imbert entendeu que era uma armadilha, mas não fugiu: para evitar problemas para o seu povo, decidiu se render àqueles que viriam prendê-lo. No dia seguinte, depois de celebrar a missa, dispôs-se a ser capturado.
Entre 1839 e 1866, vários milhares de membros da Igreja Católica foram martirizados em Seul, na Coréia, dos quais cento e três foram canonizados. Três bispos franceses: Laurent Imbert, Siméon-François Berneux e Antoine Daveluy; sete sacerdotes missionários franceses: Pierre Maubant , Jacques Chastan , Só Ranfer de Bretenieres , Louis Beaulieu , Pierre-Henri Dorie , Pierre Aumaître , São Martinho Luc Huin ; André Kim Taegon , primeiro padre coreano e noventa e dois leigos.
Pensando em proteger o povo, Laurent Imbert, Pierre Maubant e Jacques Chastan decidiram se render às autoridades. Todos foram condenados à morte e, em 21 de setembro de 1839, foram decapitados à beira de um rio, em um lugar chamado Sai-Nam-Hte.
Mons. Imbert foi beatificado a 5 de julho de 1925, em Roma, pelo Papa Pio XI.
Sua canonização ocorreu no dia 06 de maio de 1984, em Seul, na visita de São João Paulo II à Coréia.

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