Santo Aidano

Acredita-se que Aidano fosse irlandês e não se sabe o lugar e a data de seu nascimento. Vinte anos após sua morte São Beda, o Venerável, deixou dele uma memorável descrição em sua “Historia Ecclesiastica Gentis Anglorum”.
Em 563, São Columbano chegou em Iona partindo da Irlanda com doze companheiros e fundou ali um mosteiro que cresceu até se tornar um influente centro para a expansão do cristianismo entre os pictos e os escotos. A primeira notícia que se tem de Aidano é que era monge nesta Abadia de Iona, em 635, localizada na Ilha de Iona, próxima da Ilha de Mull, na costa ocidental da Escócia. Neste ano de 635, o rei da Nortúmbria, Osvaldo (604-642), ansioso por difundir o cristianismo em seu reino, pediu ao abade de Iona, onde fora convertido e batizado, que enviasse um missionário para a evangelização de seu povo. O bispo Cormano foi enviado primeiro, mas não foi bem sucedido em sua evangelização porque considerava o povo da Nortúmbria como bárbaro e obstinado. Aidano, um monge que também estava em Iona, não concordava com os métodos de Cormano e acreditava que suas ações tinham sido rígidas demais e não incluíam a ignorância daquelas pessoas, para as quais era necessário dar a conhecer “o leite de uma doutrina mais humana”.
A tese de Aidano foi aceita pelo abade e assim foi consagrado bispo missionário, também em 635 ele foi enviado para a Inglaterra, acolhido pelo rei Oswald, que ao ver os sucessos desejados em termo de conversões, concedeu-lhe a ilha de Lindsfarne no Mar do Norte para fundar um mosteiro com a regra de São Colombano e uma sede episcopal, em frente à residência real de Bambourgh.
Mais tarde, a ilha de Lindsfarne ficou sendo conhecida como Ilha Sagrada devido ao grande número de monges e cristãos que viviam lá. Em 664 sua primazia foi reconhecida sobre a Inglaterra cristã. Aidano recebeu ajuda constante do rei Oswald e, quando morreu em 642, seu sucessor, Oswin, continuou apoiando-o em seu trabalho de apostolado missionário.
São Beda descreveu que seu trabalho era incansável: fundou igrejas, escolas e mosteiros, fortalecendo o “scriptorium” de Lindsfarne, embora Aidano tenha mantido os usos celtas para a celebração da Páscoa, introduzindo-os na Inglaterra.
Aidano era um homem virtuoso, dedicado à abstinência, à caridade, à oração e ao estudo das Escrituras, ele sabia ao mesmo tempo lutar vigorosamente contra os ricos e poderosos, que cruelmente oprimiam os pobres.
Viajava sempre a pé, evitava sentar-se à mesa do rei, distribuía os presentes que recebia aos pobres, contentando-se com o que lhe era estritamente necessário. Cultivou santidade de vida, a estima dos grandes eclesiásticos da época e foi diretor espiritual da famosa abadessa Ilda.
Onze dias após o assassinato do rei Oswin, Aidano adoeceu no Castelo Bamburgh e morreu encostado na parede da igreja, em 31 de agosto de 651. Foi enterrado em seu mosteiro, mas depois suas relíquias foram transferidas para a igreja de São Pedro, em Lindsfarne; uma parte delas em 664, foi trazida para Iona, por seu sucessor Colmano.
Embora Aidano fosse membro do cristianismo irlandês e não do cristianismo romano, ele foi elogiado pelo papa Honório I e Félix de Dunwich por seu caráter enérgico. O mosteiro que ele fundou cresceu e ajudou a construir igrejas e outros mosteiros. Ele também se tornou um centro de educação de estudiosos. Os estudiosos ingleses o consideram “o apóstolo de Anglia”. Atribuem a ele a vocação de São Cutberto (637-687), que se tornou monge e depois bispo de Lindsfarne.
Contam-se alguns prodígios realizados por ele: diz-se que conseguiu acalmar uma tempestade ao derramar no lago óleo consagrado e que durante a guerra entre os reis de Mercia e Northumbria, conseguiu, com sua oração, fazer retroceder as chamas que estes haviam posto em Bambourgh.